Filhotes já tumultuam futuro governo

15/12/2018 11:06 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

A partir do próximo janeiro, o Brasil passará ao comando de uma família. É a primeira vez na história do país que tal experiência se dá entre nós. Antes da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, podemos prever, em alguma medida, o que vem por aí. Carlos, Eduardo e Flávio – os três garotões das praias cariocas e filhotes do Messias – já se insinuam como protagonistas do novo governo.

Nesse trio do barulho, embora cada um tenha seu estilo, eles combinam à perfeição na ignorância, na vigarice intelectual e na truculência. Os três odeiam qualquer coisa que pareça arte. Para eles, isso é coisa da maldita “cultura globalista”. Os meninos de Jair Bolsonaro gostam mesmo é de atirar, jogar videogame, passear na Disney e, nas horas vagas, sobra tempo para ameaçar uma ex-namorada.

Flávio e Eduardo estão no Congresso Nacional. E por lá eles antecipam a qualidade dos debates que pretendem tocar no parlamento. Eduardo briga todo dia com a própria turma do PSL, o partido que abrigou a caravana bolsonarista. Ninguém confia em ninguém e todos querem postos de comando na Câmara e no Senado. Para isso, não há limite aos métodos da rapaziada que vai salvar o Brasil.  

Senador eleito, Flávio entrou numa guerra particular contra o alagoano Renan Calheiros, que aparece como virtual candidato à presidência do Senado. O caso do assessor com movimentação financeira atípica abateu o filho do futuro presidente. Perdeu o discurso da ética e da honestidade que pretendia usar como contraponto a Calheiros. Flávio precisa arrumar outra ficção.

Carlos é vereador pelo Rio de Janeiro, mas queria comandar a área de comunicação do governo. Pelas confusões de sua própria patota, essa alternativa parece descartada pelo pai. Mas ele continua agindo como futuro ministro, dando pitaco em áreas e assuntos sobre os quais nada sabe. Não importa: como ganharam as eleições, eles estão certos de que podem tudo e mais alguma coisa.

Três boçais, que sempre viveram das mamatas da velha política, os herdeiros de Bolsonaro chegaram lá. E para quê? Para proteger a família e os cidadãos de bem; para vigiar professores em sala de aula; para fuzilar a petralhada e todos os comunistas; para acabar com a ameaça gay; para implantar o Criacionismo no currículo escolar; para ensinar os altos valores morais de um Magno Malta. Por aí.

O presidente eleito, a essa altura, já sabe que seu trio de bandoleiros tem tudo para tumultuar o governo. Não há qualquer perigo de dar certo. Se os três replicarem, no próximo mandato, o que fazem agora, as crises vão começar logo nos primeiros minutos da nova gestão. E essa é apenas uma das frentes prontas a confusões. Você tem fé? Faça como a Damares e vá rezar sob um pé de goiaba.

Damares Alves é a futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos – uma bizarra invenção da cabeça de Bolsonaro. Segundo essa intelectual dos novos tempos, quando criança ela conversou com Jesus, que lhe apareceu agarrado numa goiabeira. É a tragicomédia dos brucutus.

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