O Azulão no G-20 do futebol brasileiro

25/11/2018 23:33 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

E deu a lógica nos gramados. Como escrevi no texto anterior, foi um sábado para a História. O futebol põe Alagoas nas manchetes nacionais. O CSA escreve um capítulo mirabolante na aventura com o nosso esporte favorito. No imediatismo, sendo uma conquista digna de registro e nota por todo o país, é no território alagoano que a zoada explode. Torcedores tomaram as ruas. A festa virou a noite.

O clima é esse. É o que se vê em praticamente todos os lados de Maceió. Os carros passam, com bandeiras azulinas tremulando ao som do “buzinaço”. Nas calçadas, amigos e parentes ligaram o som e abriram os barris de cerveja. Também em diferentes pontos do estado, vemos o arrastão de euforia pelo acesso à elite da bola. De fato, é um acontecimento inédito para as arquibancadas de Alagoas.

Neste domingo a torcida recebe os jogadores na volta pra Maceió. Os heróis de azul e branco desfilam a partir do aeroporto. Tudo isso foi sacramentado com a goleada de 4x0 sobre o Juventude em Caxias do Sul. O time alagoano terminou como vice-campeão da Série B. Para completar a obra, numa ocasião dessas é quase infalível que pinte o nome de jogo. Como se sabe, foi Neto Berola.

CSA e CRB já disputaram Campeonatos Brasileiros, jogando, todos os anos, com os grandes do cenário nacional. Mas isso foi até os anos 1980, quando os campeões estaduais garantiam automaticamente uma vaga nos antigos Brasileirões. Após adoção do modelo de acesso e rebaixamento, nunca mais. Aliás, isso nunca chegou nem perto de acontecer. Até hoje.

Na boca de todos os locutores de rádio e TV, e em todas as reportagens sobre a novidade alagoense, se ressaltou que o CSA não sabe o que é a Primeirona há mais de três décadas. Então veja que não é qualquer trivialidade – muito pelo contrário. A torcida se sente no direito de enfiar o pé na jaca.

Os cartolas do Azulão e o treinador Marcelo Cabo rasparam a cabeça. Os dirigentes e o professor ficaram carecas diante de câmeras e celulares. As cenas se deram nos vestiários. Está tudo nos vídeos divulgados na imprensa. Não é algo muito saudável de ver – adultos como um bando juvenil.

Mas isso não tem importância, é claro, frente a uma meta alcançada – algo que até hoje parecia um milagre sem chance de materialização. Pois agora não é mais. Virou realidade concreta na vida de um clube e de seus torcedores – e motivo de celebração por todos que viajam com o futebol.

O desafio será permanecer no G-20 dos campos e das quatro linhas. O histórico da competição mostra o vaivém de times nordestinos e o predomínio de Rio e São Paulo. Ainda assim, a direção do CSA já anda soltando bravatas sobre uma classificação para a Libertadores. Torcida do ano que vem.

E o CRB, ainda que tenha dado um susto nos torcedores, também confirmou a lógica do favoritismo. Escapou do rebaixamento. Sendo assim, as coisas saíram de um jeito melhor que a encomenda para os dois grandes do estado. Apesar da cartolagem, da CBF e da interminável patifaria política.

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