O empresário Antonio Cicchelli, irmão do italiano Carlo Cicchelli, assassinado em Maceió, disse não acreditar que Clea Fernanda Máximo da Silva, ré confessa, agiu sozinha. Ele também suspeita que o crime foi motivado por dinheiro, ao contrário do que apontam as investigações.

Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira (23), na Jatiúca, acompanhado do cunhado, um militar que preferiu não falar com os jornalistas, e da representante do consulado italiano em Alagoas, Eliza Rogato, Antonio negou que Carlo fosse violento com a companheira e contou ter ficado espantado e abalado com o estado do corpo, entregue à família na manhã de hoje, pelo Instituto Médico Legal da capital.

Segundo ele, Clea tentou dissolver o cadáver com ácido, deixando-o em um estado “deplorável”. O empresário disse que não pretende contar aos demais familiares os detalhes cruéis do crime, para tentar preservá-los, e agradeceu às autoridades do Estado pela rapidez em resolver o caso, frisando que a acusada “é uma vergonha para os brasileiros”.

Para Antonio, também ao contrário do que a polícia adiantou até o momento, o homicídio foi motivado por questões financeiras, mas preferiu não entrar em detalhes acerca dessa suspeita: “Estamos tentando levantar as questões no banco, para saber quanto ele (Carlo) tinha e quanto desapareceu do dinheiro”.

O empresário garantiu ainda que o irmão não era agressivo com Clea e, nas últimas mensagens enviadas à família, relatou que estava muito bem, feliz e que o Brasil era um país lindo.

Sobre o comportamento da acusada, em se passar pelo companheiro para pedir dinheiro aos familiares que estavam na Itália, respondeu: “É uma pessoa que tinha um cadáver por 40 dias e continou pedindo dinheiro e falando com a família da pessoa que assassinou como se nada tivesse acontecido".

Os restos mortais de Carlo devem ser cremados amanhã, em Recife, e as cinzas levadas para a Itália.

O caso

O corpo de Carlo Cicchelli, foi encontrado no dia 05 de novembro deste ano, dentro da residência que ele dividia com a namorada, no bairro da Ponta Grossa, em Maceió. Carlo estava desaparecido desde setembro, quando manteve contato com a família pela última vez.

Após confessar ter matado o italiano no dia 27 de setembro e escondido o corpo por mais de um mês na casa alugada,  Clea afirmou, em depoimento, que era vítima de violência doméstica por parte da vítima, o que teria motivado o crime. Ela está presa no Presídio Santa Luzia, na parte alta da capital.

 

*Estagiária, sob supervisão da editoria