Maurício Quintella, Rodrigo Cunha, Fernando Collor, Ronaldo Lessa, Cícero Almeida, Marcelo Palmeira, JHC, Alfredo Gaspar de Mendonça, Pinto de Luna, Eduardo Canuto... Tem para todos os gostos e estômagos. Esta é uma lista preliminar dos nomes que já são especulados como candidatos a prefeito de Maceió – daqui a dois anos. Como se sabe, a única coisa que políticos pensam após uma eleição é a próxima eleição. Faz sentido. Eles estão sempre preocupados com o futuro do povo.

Minha lista está incompleta. A quantidade de gente de olho na cadeira do atual prefeito, Rui Palmeira, daria um caderno inteiro. Há deputados e vereadores de sobra sonhando com um salto maior na carreira. Dos nomes que citei, há caciques com mandato e outros que acabam de sair derrotados das urnas. Até 2020, certamente outros postulantes vão aparecer para engrossar a corrida eleitoral.

O problema dessa fixação – eles só pensam naquilo – são os efeitos no presente. A partir de agora, todos os movimentos na Prefeitura de Maceió e no governo estadual serão parte da estratégia na guerra permanente por cargos e poder. Como num filme chato e repetitivo, vem aí a tal dança das cadeiras no secretariado – na gestão de Rui e na de Renan Filho. Projetos? Somente na publicidade.

É sempre assim. Perdeu a eleição? Não tem problema: o prefeito amigo ou o governador aliado resolvem o desemprego do parceiro. Para quem saiu cheio de votos, aí o negócio é ainda mais relevante: passa a fazer parte da pavimentação de sua turma visando ao próximo cargo em disputa.

Nas próximas semanas, você verá o anúncio de novidades nas equipes do município e do Estado. Os critérios para decidir quem sai e quem entra nada têm a ver com políticas públicas, ideias inovadoras e programas sociais. A única variável de escolha na gestão estatal é a urna nas futuras eleições.

Nessas horas, o mais comum é que servidores sérios e competentes – sim, eles ainda existem – sejam sacrificados em nome das maquinações eleitoreiras. É por isso que a coisa não anda; é por isso que, por exemplo, obras que deveriam durar seis meses se arrastam por uma década e tanto.

E olhe que falei na eleição para prefeito da capital, mas gestores e parlamentares, sempre com visão de longo prazo, também já trabalham pelos cargos de 2022. Enquanto escrevo por aqui, e você perde seu tempo com a leitura destas linhas, já correm negociações para a sucessão de Renan Filho.

Deve ser por causa desse conjunto de mazelas que os “cidadãos de bem” se cansaram dos políticos profissionais. Revoltados com o toma-lá-dá-cá, decidiram moralizar a partir do topo, elegendo uma família inteira para mandar no Brasil. Os Bolsonaro mamam na viúva há três décadas, mas e daí?

Após a divagação no parágrafo anterior, encerro voltando ao tema central, para acrescentar o seguinte: equipes de governo têm 1% de titulares escolhidos pela meritocracia, pela competência reconhecida. O resto, meu amigo, 99%, são cabos eleitorais a serviço do comandante de ocasião.