O Brasil no segundo turno

08/10/2018 02:46 - Blog do Celio Gomes
Por Redação
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Jair Bolsonaro ou Fernando Haddad. Agora você não tem alternativa aos dois. As urnas confirmaram a tal polarização, mas desta vez sem um tucano entre os finalistas na disputa pela Presidência da República. Isso não ocorria desde 1989. Vamos ao segundo turno escolher entre o candidato do PSL e o representante do PT. A expectativa de vitória no primeiro turno, que embalou a tropa do capitão na reta final da campanha, acabou não se confirmando nas urnas. E agora, para onde vai o eleitor?

Pelos números que saíram da votação, parece inescapável apontar o favoritismo de Bolsonaro. Ele não apenas abriu uma ampla diferença em relação a Haddad, como também viu seu partido eleger uma expressiva bancada federal. Brasil afora, o até então nanico PSL deixa essa condição e se torna uma das forças no Congresso. O candidato a presidente é o responsável direto por esse êxito.

Fato é que há uma nova disputa a partir de agora. O desafio do candidato do PT e aliados é conter a onda que por pouco não elegeu Bolsonaro neste domingo. O partido de Lula tem uma sólida estrutura, ramificações espraiadas em todos os setores da sociedade e uma militância com fama de mobilização sem igual. Vai botar tudo isso à prova num embate mais duro do que poderia imaginar.

Logo depois do resultado, a pergunta que todos os jornalistas faziam para Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva, como o leitor supõe, era esta: vai declarar apoio a quem no segundo turno? Ninguém respondeu de modo claro e definitivo – o que pode ocorrer, talvez, nesta segunda-feira.

O mais cobiçado aí são os 12% de votos obtidos por Ciro. O ex-governador do Ceará e ex-ministro certamente deve valorizar esse índice na hora de discutir o embarque na candidatura de Haddad. Pelo que disse na noite do domingo, porém, a aliança aqui parece algo praticamente fechado.

O PSDB de Alckmin sai das urnas não apenas rachado, mas, segundo os números de norte a sul, a legenda parece destroçada. Os tucanos ensaiam aquela velha posição, ou seja, subir no muro para assistir ao duelo entre Bolsonaro e Haddad. É a maior crise desde a fundação do partido.

Há muita coisa que merece uma análise mais detida diante do mapa político redesenhado pelas urnas. Aos poucos vamos conhecendo melhor as novidades e surpresas, por exemplo. Por enquanto, a atenção aqui fica mesmo para a corrida pela Presidência. O segundo turno já está em jogo.

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