20 milhões de reais para comprar voto

05/10/2018 12:15 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

A Caixa Econômica Federal em Alagoas acaba de abastecer agências no estado com uma quantidade descomunal de dinheiro. Nada menos que 20 milhões de reais foram despejados, num único dia – o que causou estranheza aos gerentes locais envolvidos na operação. O pedido da direção estadual da Caixa foi feito ontem (04); a grana chegou nesta sexta-feira para suprir demandas.

Quais demandas? Aí é que está a desconfiança geral na praça. Só pode ser para a campanha eleitoral, me dizem fontes do universo bancário. Mas não é comum que esse dinheiro todo abasteça agências nos fins de semana? Foi o que perguntei a um desses informantes do blog. De jeito maneira, ouvi de meu interlocutor. Nada justifica a dinheirama, numa tacada só, chegando assim a Alagoas.

Há três dias escrevi sobre esse tipo de operação suspeita. Informei de um repasse inusitado, por exemplo, a agência em Girau do Ponciano. Trata-se de banco privado. Agora, estamos falando de contas da Caixa Econômica. Aqui vai uma informação concreta: a agência da Caixa em Viçosa, berço de intelectuais de nosso estado, solicitou (e já recebeu) uma bolada de 1 milhão e 200 mil reais.

Insisto: tanta grana de uma vez não faz sentido. A única explicação seria o pagamento de servidores púbicos municipais, beleza? Ocorre que as prefeituras já pagaram suas folhas no último dia 30/09. Por que diabos uma minúscula agência em Viçosa – mas não somente lá – precisa ter mais de 1 milhão de reais disponíveis para saque? A dedução incontornável aponta para a compra de votos.

Enquanto escrevia o texto que você está lendo agora, a Globonews exibia reportagem de apreensão de dinheiro em algum lugar do Brasil, salvo engano no Mato Grosso. A suspeita era de que a grana estivesse a caminho dos bolsos de eleitores em troca de apoio a algum candidato.

Não é por outra razão que bancos estão sendo abastecidos com quantidades cinematográficas de dinheiro. Como falei antes, a anormal movimentação foi deflagrada no começo desta semana e explodiu às vésperas da votação no primeiro turno. Fica a dica para autoridades.

E, afinal, quanto custa um voto no mercado? Pelo que apurei, entre uma conversa e outra, há um valor mágico: 100 reais na lata. Isso para a compra assim à queima roupa, feita diretamente por cabos eleitorais, que abordam o eleitor comum na rua, na casa, no boteco. É a realidade alagoana.

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