Daqui a uma semana, o brasileiro vai às urnas para eleger o novo presidente. Na verdade, como indicam todas as pesquisas, em 7 de outubro vamos escolher os dois finalistas da eleição, que será decidida em segundo turno. E, para os que ainda se declaram indecisos, neste domingo ocorre mais um debate entre os presidenciáveis. Começa às 22h, na Record TV, com oito nomes confirmados.

Finalmente fora do hospital, depois de ser alvo de uma facada, Jair Bolsonaro será o grande ausente, por recomendações médicas. Ele disse que gostaria de comparecer ao último dos debates, marcado para a próxima quinta-feira, dia 4, na TV Globo. Mas vamos falar um pouco sobre o encontro de hoje entre os demais candidatos. Nesta altura da campanha, o evento pode ser bastante agitado.

Digo isto porque Bolsonaro e Fernando Haddad estão consolidados na liderança. Aliás, nova pesquisa CNT/MDA, divulgada também neste domingo, mostra pela primeira vez um empate técnico entre os dois. O capitão aparece com 28,2% enquanto o petista alcança 25,2% das intenções de voto. Ciro Gomes tem 9,4%, Geraldo Alckmin registra 7,3% e Marina Silva desabou para raquíticos 2,6%.

Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, o PT e seus aliados podem comemorar mais este resultado, que revela Haddad empatado com seu principal adversário. Nenhuma de todas as pesquisas anteriores, de todos os institutos, incluindo Ibope e Datafolha, havia atestado o empate. Mas isso deve ocorrer certamente nos próximos levantamentos.

Não é torcida, é uma constatação, a partir do desempenho dos concorrentes desde que o PT formalizou a candidatura de Haddad. Enquanto Bolsonaro estacionou na casa dos 28%, o ex-prefeito de São Paulo segue navegando no chamado viés de alta. Diante desse quadro, Ciro e Alckmin precisam desesperadamente de um milagre capaz de provocar uma improvável reviravolta.

É aí que entra o peso de um debate na TV. Especulo que Ciro e Alckmin devem partir para o ataque sobre Haddad e Bolsonaro – mesmo com a ausência do capitão. É que não resta alternativa ao pedetista e ao tucano a não ser elevar o tom. Pela frieza dos números, ambos estão virtualmente fora do segundo turno. No debate da Record, portanto, devem jogar tudo na estratégia de sobrevivência.

Agora uma nota rápida, também sobre este domingão. Vejo na imprensa que, em várias cidades do Brasil, incluindo Maceió, eleitores de Bolsonaro foram às ruas mostrar apoio ao candidato que já escolheram. Pois é, rapaziada. Essas coisas só ocorrem porque vivemos numa democracia.

Numa hedionda ditadura – que bolsonaristas negam ter existido no país –, uma mobilização como a de hoje seria motivo para prisões, torturas e assassinatos de manifestantes. Mas é o próprio Bolsonaro que vive fazendo piada com vítimas do regime de terror que durou 21 anos entre nós.    

Vou esperar o debate na televisão do "bispo" e, na sequência, volto aqui para novas especulações.