As “cotoveladas” de Jair Bolsonaro e sua estagnação nas pesquisas

29/09/2018 05:06 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Em entrevista ao palhaço de auditório e dublê de jornalista José Luiz Datena, no Jornal da Band, Jair Bolsonaro avisa ao país: “Não aceito resultado diferente da minha eleição”. Para o presidenciável que é amado pelos “cidadãos de bem” da elite brasileira, democracia é assim: se eu ganhar, está tudo beleza; seu eu perder, é fraude contra a vontade do povo. Todos já sabemos, mas a cada vez que abre a bocarra, o capitão que oculta patrimônio reafirma sua essência autoritária e truculenta.

Na mesma linha de delinquência intelectual, diz o candidato que, em caso de vitória do PT, a única explicação seria a existência de fraude nas urnas eletrônicas. Para esse meliante, nosso sistema de votação não merece respeito, pois não se pode confiar em voto que não seja impresso. Essa tranqueira vive da política, renovando o mandato na Câmara há mais de 20 anos. Nunca denunciou fraude nas disputas que venceu – para não fazer nada em Brasília, a não ser mamar no Estado.

Na mesma entrevista, ele falou das denúncias gravíssimas reveladas pela Veja. Falou, mas nada explicou sobre indícios robustos de mutreta em seu patrimônio sonegado na declaração de bens ao TSE. Nenhum esclarecimento sobre a acusação de ter arrombado um cofre e levado uma fortuna que pertencia a Ana Villela, sua ex-mulher. É só intriga dos inimigos por motivação eleitoral.

O xodó dos “liberais esclarecidos” gaguejou algumas pérolas sobre acusação de Ana Vilella acerca de seu “comportamento explosivo” – nas palavras da então companheira. Ela disse que o “machão” agia frequentemente com “desmedida agressividade”. E, por fim, disse que saiu do Brasil em 2007 porque Bolsonaro a ameaçou de morte. Para tudo isso, ele não teve dificuldade em esclarecer. É singelo: “Em uma separação, as cotoveladas acontecem de ambas as partes”. É um nobre!

Eu já escrevi aqui sobre as garotas que, eventualmente, tiveram seus destinos ligados a mauricinhos ou marmanjos bolsonaristas. Vejam lá, meninas! Que história é essa de relações amorosas à base de “cotoveladas”? Se a sua cara-metade gosta de ver o Bolsonaro chamando mulheres de “vagabundas” e ameaçando dar porrada em filho gay, a próxima vítima pode ser você, meu bem. Caia fora.

As cretinices de Bolsonaro vieram a público no mesmo dia em que o Datafolha divulgou nova pesquisa na corrida pelo Planalto. Os números não trazem mudanças drásticas em relação ao levantamento anterior do mesmo instituto. Mas confirmam a estagnação do líder, até o momento, em 28% das intenções de voto. Já Fernando Haddad subiu seis pontos e aparece agora com 22%.

O segundo pelotão segue embolado, longe dos favoritos. Ciro tem 11%; Alckmin marca 10% e Marina Silva despencou para 5% do eleitorado. Relevante é anotar que Bolsonaro perde em todas as simulações de segundo turno. O panorama não é bom para o capitão. Para superar a maré baixa, sua requintada estratégia pode ser o convencimento por meio de cotoveladas pra todo lado.

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