O debate no SBT e a hora do voto

27/09/2018 01:11 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Não houve lances de pancadaria que pudessem gerar um direito de resposta, por exemplo, mas foi animado o debate entre os presidenciáveis no SBT. Oito candidatos participaram do encontro, promovido pela TV do Silvio Santos em parceria com Folha e UOL. Com Bolsonaro ausente, o petista Fernando Haddad foi o principal alvo de Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva e Alvaro Dias.

Cada um a seu estilo, os adversários insistiram em associar Haddad aos casos de corrupção investigados pela operação Lava Jato. Ele também foi questionado sobre o papel do ex-presidente Lula em seu eventual governo, caso vença a eleição. Além de “poste” do Lula, o petista também foi chamado de alguém “teleguiado” pelo ex-presidente. Nada que complicasse o petita.

Líder nas pesquisas, Bolsonaro foi citado algumas vezes como o candidato que representa ideias nada saudáveis numa democracia – o que é uma verdade incontestável. Como vem ocorrendo desde o começo da campanha, houve uma disputa sobre quem seria cúmplice do governo Temer. Afinal, o desemprego que afeta ao menos 12 milhões de pessoas é obra de quem? Foi tema recorrente.

Dois personagens são particularmente chamativos, por razões diferentes. Um deles, o Cabo Daciolo, já entrou para a galeria dos clássicos em eleições presidenciais. Prova disso é que, segundo a imprensa, em alguns momentos seu desempenho era o assunto mais comentado no Twitter. Sempre com as escrituras sagradas em mãos, “profetizou” que será eleito no primeiro turno. Glória!

O segundo personagem mais exótico é Henrique Meireles. Seu poder de oratória é algo estressante. Para ele, concluir um simples raciocínio parece um sofrimento infernal, uma verdadeira tortura. Aliás, em todos os debates, é comum que o candidato estoure o tempo previsto para a resposta, e não consiga responder nada. Meireles chegou a dizer que nunca foi banqueiro, mas sim “bancário”.

Uma coisa é certa: não houve um vencedor absoluto no debate desta quarta-feira. Da mesma forma, também não se pode apontar um perdedor. Falo principalmente dos nomes mais competitivos, como Haddad, Ciro, Alckmin e Marina. Além destes, Alvaro Dias e Guilherme Boulos também foram eficientes em suas intervenções. Os dois, aliás, trocaram farpas nas perguntas e réplicas.

Como reza a lenda, debate não dá voto a ninguém, mas, a depender da performance, o candidato pode perder pontos na intenção do eleitorado. Não acho que isso tenha ocorrido no evento do SBT. Os postulantes que brigam para chegar ao segundo turno se saíram mais ou menos no mesmo nível. De todo modo, com pesquisa quase diariamente, vamos ver a próxima pra conferir algum efeito.

Tirante todo esse palavrório em debates e sabatinas, não custa lembrar que a hora do voto está logo ali, com um cenário desenhado pelas pesquisas em que Bolsonaro e Haddad são os favoritos para se enfrentar na etapa final. E, neste quadro, indicam os diferentes institutos, o candidato do PT tem amplas chances de bater o capitão reformado que exalta torturadores e adora um fuzil.

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