Reta final da campanha é um perigo

26/09/2018 04:40 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Na reta final da campanha, sobretudo a partir da semana que vem, pode ter certeza que alguma “bomba” deve aparecer na imprensa contra a candidatura do petista Fernando Haddad. É da nossa tradição, desde que voltamos a eleger diretamente o presidente da República. Em 1989, foi o sequestro do empresário Abílio Diniz, atribuído a “setores” do PT pelos adversários de Lula.

O histórico das eleições mostra que uma novidade de impacto, em cima da hora do voto, pode sim provocar um movimento decisivo em parte do eleitorado. Uma foto de dinheiro apreendido numa operação policial, por exemplo, muda a intenção do eleitor, como aliás já ocorreu em disputas anteriores. No turbilhão insano das redes sociais, qualquer armação vira uma verdade absoluta.

Esses estranhos acontecimentos às vésperas da votação têm até um nome, um clichê sempre renovado a cada disputa eleitoral – é a “bala de prata”, um golpe fatal e definitivo contra o candidato que se pretende abater. Sim, estou especulando sobre o nada. Uma especulação, no entanto, baseada em fatos reais. Uma rápida pesquisa no velho Google mostra vários casos.

O mais comum é algum tipo de denúncia, capaz de render manchetes e reações barulhentas e alarmistas. O lamentável é que essas armações contam sempre com o aval de alguma autoridade, para que a ficção venha sob a aparência de caso sério. E o que não falta é autoridade louquinha para livrar o Brasil da ameaça vermelha. Afinal, o país não aguentaria uma desgraça dessas.

Para além desse tipo de fraude, os últimos dias de campanha são naturalmente nervosos. É comum ocorrer uma debandada de apoiadores quando percebem que seu candidato não tem chance de vitória. Corre todo mundo para o barco do favorito. As traições, é claro, alcançam todos os partidos, preocupados apenas em garantir, cada um, seu pedaço de poder. O resto é papo de ilusionista.

Espero que essa previsão não se confirme, que o blog seja desmentido completamente, que a eleição tenha um desfecho dentro das regras, sem presepadas nos dias finais da campanha. Será uma surpresa, dados os precedentes de jogo sujo na boca da urna. Por enquanto, é tudo suspense.

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