Lula não é mais candidato. O PT tem dez dias para apresentar um substituto. Enquanto isso, o programa do partido na propaganda de TV exibe imagem e fala de Lula, sem, no entanto, esclarecer a nova situação após julgamento no Tribunal Superior Eleitoral. Ainda assim, petistas insistem que haverá recurso ao Supremo Tribunal Federal. É uma tática suicida. E isso não deve prosperar.

Parece claro que as chances de vitória para o PT estão mesmo na definição imediata de Fernando Haddad como candidato a presidente – sendo vendido como o nome apoiado por Lula. Se vai colar, aí veremos adiante. Se Lula jamais será candidato, e o PT sabe disso, não faz sentido esticar uma guerra perdida. A situação faz desta campanha eleitoral a mais tumultuada desde o século XIX.

No julgamento da candidatura Lula pelo TSE, uma surpresa foi o voto do ministro Edson Fachin. Alegando a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, Fachin defendeu que a candidatura continuasse, ainda que não de forma definitiva. A surpresa é que o ministro, como relator dos casos da Lava Jato no STF, é implacável com as causas da defesa de Lula. Sempre decide contra o petista.

Nos programas de TV dos presidenciáveis, a vantagem de Geraldo Alckmin no quesito tempo é descomunal. Depois da coligação do tucano, quem tem mais condições de passar informações ao eleitor são o MDB de Henrique Meireles e o próprio PT. Ciro Gomes, Marina Silva, Guilherme Boulos e Jair Bolsonaro ficaram com alguns segundos, nos dois blocos da propaganda, de segunda a sábado.  

Existem ainda as inserções ao longo do dia, que são exibidas de domingo a domingo. Segundo um princípio não escrito na comunicação, um programa muito longo na TV pode ter efeito contrário ao desejado por seus criadores. Exagero nunca é o melhor caminho, dizem alguns manuais esquecidos pela História. Na contramão, as inserções podem ser mais eficazes no recado ao misterioso eleitor.

Comento com atraso de três dias. E Alagoas foi bater no centro da campanha nacional para a Presidência da República. Foi durante a entrevista de Alckmin ao Jornal Nacional. O candidato foi pressionado a explicar a aliança do PSDB com o PTC de Fernando Collor em Alagoas. A “explicação” do tucano foi a mesma de todos os demais candidatos para situações semelhantes. Eleição é eleição.

De volta à propaganda eleitoral, e para fechar o texto, anoto que ainda não tivemos nenhuma “denúncia bombástica”, de ninguém contra ninguém. É cedo. Enquanto escrevo, estamos no segundo dia de programas na televisão (o primeiro dos presidenciáveis). Muito conteúdo vai chegar.