O procurador Deltan Dallagnol, aquele rapaz que usa “óculos de aros finos” e tem “bochechas rosadas” – na definição de um site que vende palestras –, está passeando por Maceió. Leio aqui no CADAMINUTO que ele repetiu sua demagogia barata durante entrevista coletiva, na sede do Ministério Público Estadual. Desgraçadamente, a politicagem tomou conta do MP faz tempo.

Fico aqui pensando como é que Dallagnol e assemelhados conseguem tempo para trabalhar. Sim, porque o que eles mais fazem é passear pelo Brasil na atividade paralela de vender palestras. O cachê é uma beleza. Quando não estão em picadeiros contando lorota, os rapazes do Ministério Público Federal estão lacrando nas redes sociais. Eles adoram essa interação descontrolada.

O mocinho da Lava Jato ficou tão empolgado com a fama repentina, que ensaiou uma candidatura ao Senado. Depois, percebeu que sua retórica não era lá essas coisas e que o povão não estava disposto a eleger mais uma fantasia. Fingiu que nunca trabalhou para ser candidato e continuou fazendo política na instituição. É mais seguro. No MPF, está blindado, livre para atropelar até a Constituição.

Agora mesmo, enquanto Dallagnol vê os encantos na terra do sol e do mar, o MP em São Paulo entra com tudo na eleição presidencial. De repente, os bravos guardiões da moralidade descobrem meio mundo de crimes atribuídos a Fernando Haddad. É uma ação escandalosa, dados os sinais evidentes de que se trata de uma investida eleitoreira. Pode chamar de força-tarefa para influenciar o voto.

Na entrevista aos jornalistas alagoanos, o doutor Dallagnol esqueceu de falar sobre auxílio-moradia e outras indecências de mesmo quilate. Como se sabe, tão zelosos com a postura dos outros, os valentes da Lava Jato são especialistas em privilégios descabidos. Tudo dentro da lei, ora, alegam os heróis da ética de conveniência. A imoralidade em casa, para eles, é bela virtude.

Assim como o procurador riquinho, o juiz Sérgio Moro vive dando palpite sobre a eleição. Eles querem tutelar a vontade dos eleitores. Deveriam cuidar de suas obrigações – afinal, recebem salários nababescos e um caminhão de benefícios bancados por todos nós. Ao contrário, transformaram uma instituição num órgão a serviço de suas preferências políticas.

Claro que a reação dessas figuras diante de eventuais críticas é acusar o jornalista de proteger corruptos. Uma pilantragem intelectual. Nem seria preciso lembrar, mas repito o que já escrevi em outros textos: a pretexto de combater a corrupção, ninguém tem carta branca para cometer crimes em série. E é isto o que mais ocorre hoje no Brasil da Lava Jato, de Dallagnol, de Moro e sua patota.