Quantos dias vai durar a candidatura de Lula a presidente? Pela rapidez da Procuradoria Geral da República, não passaria de hoje. Com Lula fora das urnas, será mesmo Fernando Haddad o candidato do PT. E, a esta altura, não há quem aposte num cenário definido quanto ao desempenho dos concorrentes. Um segundo turno sem o PSDB ou o PT seria a grande novidade em 24 anos.
Mesmo preso, Lula mantém sua força eleitoral em todas as regiões do país, especialmente no Nordeste. A nova pesquisa Ibrape, divulgada nesta quinta-feira aqui no CADAMINUTO, atesta essa realidade. O petista tem o voto de 55% do eleitorado alagoano. Jair Bolsonaro tem 11%. O grande mistério é saber quanto desse apoio Lula consegue transferir ao novo poste, Haddad.
Por falar em pesquisa, temos também os números do Ibrape para senador e governador de Alagoas. Mais ou menos como previsto, Renan Filho lidera a corrida na tentativa de renovar seu mandato, com 44% das preferências. Na segunda posição, o senador Fernando Collor tem 21%. Basile Cristopoulos e Josan Leite ficaram empatados com apenas 1% das intenções de voto. É a largada.
Como escrevi em texto anterior, um cenário como este, captado pela primeira pesquisa após a confirmação oficial das candidaturas, pode nos levar a uma definição em primeiro turno. É a tendência natural quando dois candidatos se isolam dos demais. Ainda é cedo, claro, e o horário eleitoral na TV só começa no fim do mês. Aí veremos se os rumos podem virar ou não.
Na corrida presidencial, existem ao menos três pedidos de impugnação da candidatura Lula. Já por aqui, até agora, não vi notícia nesse sentido com nenhum de nossos candidatos. Pelo visto, num primeiro momento, ninguém sinalizou com jogadas no tapetão. Mas não deve demorar para que isso acabe ocorrendo. Ainda que não existam fatos concretos, acusar faz parte da estratégia.
Enquanto os candidatos a presidente falam sem parar, em entrevistas e debates, ainda não temos isso na eleição alagoana. Nenhuma emissora de TV local anunciou debates no primeiro turno que já começou. A campanha está no contato direto da rua e no tiroteio das redes sociais.
As eleições 2018 ocorrem sob um “protagonismo” inédito do Poder Judiciário. Na onda que varre o país nos últimos anos, não será surpresa se uma invencionice de última hora, a partir da cabeça de algum doutor da magistratura, mudar as regras do jogo. Perto disso, o mistério das urnas é fichinha.