Não se surpreenda, caro leitor, caso o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sequer conseguir atingir o segundo turno das eleições. E se chegar é improvável que saia vitorioso.

Como candidato ele não soma nem multiplica apoios. Pelo contrário, divide e subtrai. Como candidato não conseguiu alianças, embora tenha tentado. Assim sendo, o seu tempo de propaganda eleitoral será de segundos.

Embora lidere as pesquisas eleitorais sem o ex-presidente Lula, tudo caminha para o não fortalecimento do candidato. Agora mesmo indicou vice o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), que em anda vai ampliar o seu leque de apoios. É militar com militar.

Em seguida disse que, se eleito, o ministério será composto por “um montão” de militares. Ora, isso é tudo aquilo que a maioria dos políticos não quer, inclusive os membros de partidos de centro e de esquerda.

O problema é que a visão dos militares é limitada, restrita quando o assunto é política. Se assim não fosse, dominariam o poder público porque têm disciplina, respeitam a hierarquia e detêm informações. Porém, não sabem como usá-la na relação política e com a população.

Pois bem, mal entrou na campanha e o vice de Bolsonaro já começou a falar bobagem. Ele disse, no Rio Grande do Sul, que o Brasil herdou a “indolência” dos indígenas e a “malandragem” dos africanos. “Esse é o nosso caldinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, populistas e dos macunaímas”, disse Mourão.

Ainda bem que os fardados abrem a boca. Quanto mais, melhor, principalmente em campanha eleitoral.