A candidatura do senador Fernando Collor (PTC) é a mais surpreendente novidade na corrida eleitoral pelo governo de Alagoas – não tanto por seu nome, mas pela filiação partidária do candidato a vice na chapa, o vereador Kelmann Vieira, do PSDB. O presidente da Câmara Municipal de Maceió nasceu para a política pelas mãos do senador Renan Calheiros e sempre foi um aliado mais que fiel.
O primeiro movimento do vereador para se distanciar da chancela de Renan Calheiros – seu padrinho de origem – foi em 2016, quando ele deixou o PMDB para se filiar à legenda tucana. A partir dali, virou um soldado na tropa de apoio à gestão do prefeito da capital, Rui Palmeira. Não chega a ser uma traição, dado que nunca houve um rompimento que se possa ver como traumático.
Agora, pelas informações surgidas neste domingo de convenções, Kelmann para vice representa nada menos que uma aliança entre Collor e o PSDB. O bloco tem ainda o Democratas (de Thomaz Nonô) e o Progressistas (de Benedito de Lira), entre outras siglas. Está todo mundo em paz nesse balaio? Como se deu o acordo que, parece, pega o atual governo estadual um tanto no contrapé?
Há outro dado singular na candidatura Collor. A chapa majoritária terá como candidatos ao Senado o já citado Benedito e também Rodrigo Cunha, a jovem estrela do PSDB, hoje deputado estadual. Estarão todos juntos no palanque? Faço as perguntas porque, até ontem, isso era ficção.
Na mesma linha – e como não tenho respostas, somente dúvidas –, acho que muita gente deve estar se perguntando sobre Rui Palmeira, Teotonio Vilela Filho e até Geraldo Alckmin, o candidato a presidente pelos tucanos. Em tese, nada seria aprovado sem o apoio dos caciques do partido.
Portanto, digamos que o povo quer saber se a aliança com Fernando Collor foi abençoada de forma unânime em todas as instâncias do tucanato. Rui, Téo, Cunha, todos esses aprovaram e estarão engajados na campanha do candidato? O que pensa Fernando Henrique Cardoso sobre tudo isso?
Fato é que o nome de Collor na disputa ao governo mexe, e muito, nos rumos e no ritmo de uma campanha eleitoral que seguia modorrenta. (Volto ainda hoje com mais perguntas e alguns palpites).
PS.: Ao terminar o texto, leio aqui mesmo no CADAMINUTO que pode haver racha na candidatura que lançou a chapa Collor-Kelmann. E isso tem a ver com as perguntas que fiz acima sobre os tucanos.