O juiz Sergio Moro disse, em seminário do jornal O Estado de S. Paulo, que o resultado da eleição que vem aí pode representar uma “ameaça” ao trabalho da Operação Lava Jato. Nem original na presepada esse projeto de tiranete consegue ser. O procuradorzinho de “bochechas rosadas”, Deltan Dallagnol, vive cacarejando a mesma cretinice desde o ano passado. E a imprensa continua jogando sobre eles todos os holofotes, como se fossem dois heróis a serviço do Brasil.

Outro magistrado especialista em delinquência intelectual, Marcelo Bretas defendeu, durante debate na Flip, que o Brasil adote a “pena de morte política” para os crimes de corrupção. Para ele, oito anos de inelegibilidade não bastam. Tem de banir para sempre o político que se corrompeu. Bretas não falou se, para juizinho e desembargador que vendem sentença, ele também imagina algum tipo de pena capital. Nada explicou também sobre a imoralidade da farra com o auxílio-moradia.

A coisa anda tão esculhambada no país, que até em evento de literatura somos obrigados a ouvir esse festival de demagogia. Bretas é apenas um deslumbrado que vive nas redes sociais, despejando um amontoado de frases idiotas, para reproduzir ideias igualmente idiotas. É venerado pela “nova direita” – que aliás está devidamente representada em Alagoas por patetas que se pretendem intelectuais. São os pensadores do Twitter e do Facebook. Ah, sim, eles amam Bolsonaro.

Por falar no especialista em boçalidade e truculência em geral, há uma crise em sua candidatura, que não consegue costurar apoios de outros partidos. A procura de um nome para vice na chapa já provocou um festival de piadas – para o espetáculo ficar bem de acordo com o perfil do tosco personagem. Bolsonaro tem tudo a ver com a sanha justiceira dos fanáticos que adoram Moro, Bretas e assemelhados. Toda essa gente sonha com um país governado sob as ordens de um brucutu.

Entramos nessa onda tenebrosa: de um lado, as peripécias jurídicas patrocinadas por togados; de outro, as bandidagens retóricas de salvadores da pátria – uma velharia que se repete com nova maquiagem. Um dado relevante nesse cenário é que ideias assim tão primárias atraem mais os jovens e os mais ricos. É o que mostram várias pesquisas publicadas, ao longo dos últimos meses, pelo Datafolha, por exemplo. E ainda há quem acredite que tudo isso é “renovação”.

Aliás, todo mundo, em todos os cantos, procura o tal do novo. É uma lorota atrás da outra nessa conversa furada. Por aqui, tem um monte de jovens chegando na vida partidária. Filhotes de coronéis – que dominam paróquias alagoenses desde o Brasil Colônia – vendem a imagem de “mudança” e “transformação”. É muita comédia. (E hoje é sábado, um dia depois da lua de sangue!).