Convidado pelo camarada Coelho, fui conferir de perto o que se passa na Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que ocorre em Maceió até o sábado 28/07. Como o leitor sabe, as atividades, das mais variadas, estão ali no campus da Universidade Federal de Alagoas. Há debates sobre tudo quanto é tema, abertos à participação do público em geral. Recomendo.
Chegamos no começo da tarde e saímos por volta de nove da noite. Antes de falar um pouco mais da programação, vou registrar o que descobri sobre a organização do evento, ao conversar com alunos e professores da Ufal. Eles me contaram que, nas últimas semanas, o campus esteve tomado por trabalhadores, de várias especialidades, contratados às pressas para sanar encrencas.
Um exército de pintores, pedreiros, eletricistas, encanadores e cortadores de grama correu contra o tempo para deixar as instalações da universidade em condições adequadas para receber milhares de pessoas por uma semana. De fato, os prédios usados pela SBPC estão todos com pintura nova, placas de sinalização nos lugares certos, banheiros bem cuidados e nenhuma janela quebrada.
A grama foi devidamente aparada em terrenos amplos diante dos prédios, como toda a frente da Biblioteca. No bloco da Faculdade de Direito, por exemplo, várias salas que nunca foram usadas finalmente estão abertas – tudo por causa das demandas do encontro nacional da SBPC. Instalações hidráulicas e elétricas também foram recuperadas, a toque de caixa, nos últimos dias.
Veja só, não há nada de errado em dar uma boa arrumada na sua casa para garantir o bom funcionamento de um evento incomum. Mas o que a Ufal correu para resolver agora deveria estar resolvido desde sempre. A universidade deve manter suas instalações em ordem em respeito à sua própria comunidade. Seu orçamento milionário é suficiente para garantir esse padrão básico.
Ao saber desse trabalho emergencial – para sanar velhos problemas no campus da universidade –, pensei no Brasil. Na verdade, é nossa tradição. É a mesma lógica que se viu na organização da Copa 2014 e nas Olimpíadas 2016. Ao povo, a porcaria serve; em dias festivos, aí não. O perigo fatal é que as obras sejam uma maquiagem para se exibir aos visitantes ilustres. Depois, voltamos ao lixo.
Tirante a ressalva que acabo de fazer quanto à organização, vale a pena uma visita ao encontro da ciência no campus da Ufal. Pretendo falar um pouco mais sobre as atividades que vi durante meu passeio por lá. Mas como já estiquei demais este post, volto no próximo com mais SBPC.