Vida real derruba fábula de seleção perfeita. E Neymar não aprendeu nada

18/06/2018 12:06 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Não foi surpresa nenhuma, mas Neymar Junior superou todas as expectativas negativas. Quer dizer, o cara foi muito pior do que qualquer pessoa poderia imaginar. Em sua segunda Copa, a estrela acaba de nos provar, de maneira acachapante, que os anos passam mas ele não aprende nada. Neymar tem certeza que é o elemento fundamental da seleção. E não é. Na estreia contra a Suíça, sua participação foi nada menos que ridícula. Começou a aprontar desde os primeiros minutos de bola rolando. Sem querer forçar a barra, isso tem a ver com algumas coisas que já escrevi aqui.

No texto anterior, disse que a obrigação desse elemento era jogar sua bolinha. E o que se viu em campo foi um deslumbrado, alguém que enxerga tudo a seu redor como algo secundário; tudo existe apenas para que ele exiba suas firulas idiotas, com provocações e chororô contra adversários e a arbitragem. Em português futebolístico, não jogou patavina. Tite não teve coragem de substituí-lo.

A postura de Neymar desmoraliza o discurso água com açúcar do treinador, que vive repetindo que o mais importante é o coletivo. É tudo o que seu garotinho mimado não faz. Joga o tempo todo para ele mesmo, desprezando a noção básica de conjunto para obter o resultado desejado. Ou Tite fala para seu jogador que ele está errado, e por isso prejudicando o time, ou a coisa tende a piorar. O mais provável, porém, é passar a mão na cabeça do menino. Por isso, Neymar é o que é.

Outro ponto que reforça a situação deplorável é a omissão dos demais jogadores diante dos erros de Neymar. Ninguém tem moral para cobrar do parceiro que solte a bola, que jogue para o time, que pare de prender o lance de maneira equivocada e improdutiva. Não existe liderança entre os jogadores. De novo, o discurso da importância do grupo não aparece na hora do jogo. Vamos ver o que o professor fará diante do fiasco da estreia. Se continuar com essa pegada, afunda de vez.

E finalmente, não foi pênalti em Gabriel Jesus. Ele mergulha depois do enrosco com o zagueiro. Nem dá para tratar o lance como polêmico. O atacante tentou apenas fraudar a jogada para obter a marcação do juiz, que não caiu na armadilha. Quanto ao gol da Suíça, Miranda e toda a zaga se postaram de modo bizarro. Marcaram o vento enquanto o atacante subia sozinho. O goleirão galã também deu sua contribuição ao ficar plantado vendo a bola chegar à pequena área.

Há muita coisa a se observar sobre o tipo de jogo apresentado pelo Brasil. Firmino, por exemplo, deveria ter entrado bem antes. Jesus está longe de um milagre.Mas esse é apenas um aspecto entre vários outros que podem ser avaliados. Não vou aqui dar uma de analista tático. Vimos algo muito errado nessa estreia. Veremos o que muda a partir do segundo desafio. Na largada, ficou evidente o tamanho da encrenca. Gostei. É a vida real desmontando a fábula de uma seleção perfeita.  

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