O medíocre Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, também veio a Maceió para o convescote dos togados, oficialmente conhecido como Congresso Brasileiro de Magistrados. Mas voltou correndo para Brasília diante do agravamento da paralisação dos caminhoneiros. Esta semana ele virou motivo de piada após tentativa de uma jogada demagógica na votação de projeto para reduzir impostos do setor de transporte de cargas. Era uma piada eleitoreira.

 

No meio da bagunça generalizada, Maia sacou o projeto inesperado, mas errou nas contas. Resumindo, a ideia ignorava um buraco de 8 bilhões de reais na arrecadação federal, caso a estripulia fosse adiante. Segundo li, além de oportunista, a iniciativa era apenas burra. A coisa foi tão bizarra, que o deputado virou meme nas redes sociais, sendo alvo de chacota entre economistas e gente do mundo financeiro. Foi mais um tiro no pé dessa figura tosca que é pré-candidato a presidente!

 

Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira, também abreviou sua viagem não sei por onde, e retornou depressa à capital federal. Chegou logo atirando no colega que chefia a outra casa do parlamento. Cobrou responsabilidade dos homens públicos. Parece brincadeira, mas foi isso mesmo. É um cretino batendo forte no outro. E o senador tucano Cássio Cunha Lima pediu a cabeça do presidente da Petrobras, Pedro Parente, num gesto que nada mais é além de, de novo, demagogia.

 

Tudo errado. Com o Poder Executivo na lona, não há como alimentar otimismo com o Legislativo. Se Michel Temer é um presidente anulado pelo conjunto da obra, de deputados e senadores nada se pode esperar em termos de ideias para conter a crise. Pelo contrário, os que se manifestam contribuem fortemente para agravar o abismo. E os alagoanos por lá? Desses, não se escuta um pio.

 

Como a bagaceira sempre pode se complicar mais um pouco, o quadro fortalece o discurso que aposta na degradação, no tal do quanto pior melhor. Evidência escancarada disso é que notórios da direita e da esquerda esbravejam a mesmíssima mistura de oportunismo e ignorância. Podem vasculhar a internet e comprovem: petistas e bolsonaristas repetem as mesmas ideias.

 

A harmonia entre as forças que se dizem inimigas mortais mostra o tamanho da encrenca. Esses atores da vida pública brasileira agem de olho lá na frente, no mês de outubro, quando terão um encontro com as urnas. É o combustível extra que incendeia o país. Que o voto acabe com eles.