O relevante caso do policial militar que postou vídeos de poli dance para festejar a suspensão dos pardais no trânsito teve hoje um novo capítulo. O Conselho Estadual de Segurança se reuniu para tratar do assunto que abalou Alagoas na última semana. Ao que parece, tem gente que perdeu o sono após a performance do PM sem noção. O cara virou o inimigo número um dos cidadãos de bem.

 

O policial Kleverton Pinheiro de Oliveira compareceu nesta segunda-feira diante do conselho. O momento mais grave da sessão, digamos assim, foi a exibição dos vídeos para os conselheiros. Resultado concreto: por 7 votos a 5, ficou decidido que cabe à Corregedoria da Polícia Militar investigar o delito e apresentar um veredito. Estamos todos ansiosos pelo desfecho.

 

Na TV Gazeta, falando ao vivo, o vice-presidente do Conseg, Antônio Carlos Gouveia, fez questão de demonstrar sua contrariedade com a decisão. Em tom de lamento, ele informou ter sido voto vencido na apreciação do episódio. Por sua proposta, que acabou derrotada, o infrator deveria ser julgado no próprio conselho, dada a gravidade da situação. Gouveia parecia mesmo bastante chateado.

  

A julgar por algumas manifestações acerca do acontecido, há quem defenda a expulsão do PM dos quadros da corporação. Vozes mais extremas querem até a prisão sumária do agente da lei. Não minimizo a presepada do Ferreti, como ele é conhecido, mas estou longe de querer seu enforcamento em praça pública, sob o aplauso dos indignados e dos puros de coração.

 

Ainda bem que o Conseg tomou a decisão certa. Prevaleceram a lógica, o bom senso e a inteligência. Transformar essa encrenca num processo a ser julgado no colegiado, desculpem, seria apenas algo irracional. Como escrevi antes, não falta pauta realmente grave para os conselheiros. É só querer.

 

Tudo isso, não devemos esquecer de tal detalhe, ocorre devido ao carnaval das redes sociais. Hoje em dia, como sabemos de sobra, para desencadear uma revolução, basta a zoada virtual de uma besteira. É por isso que tantos agem como intrépidos guardiões da moral alheia.