Tenente-coronel acusado de ofensa racista é ligado a poderosos da política
O tenente-coronel Antônio Marcos da Rocha Lima tem história. E que história! Infelizmente, sua fama nas quebradas está longe de ser por bons motivos. A última confusão com o nome do oficial envolve uma suspeita de crime de racismo contra o delegado Leonardo Assunção. Ouvido sobre o caso, o PM nega que tenha desferido ofensas de caráter racista ao membro da Polícia Civil. Aqui no CADAMINUTO o leitor pode conferir detalhes sobre o episódio – que agora será investigado.
Mas eu falei no histórico de Rocha Lima. Em dezembro de 2010, o coronel Dário César, então comandante da PM, tentou um processo para expulsar o colega dos quadros da corporação. Isso mesmo: Rocha Lima já esteve à beira de ser expelido do serviço público. Os motivos? Bem, segundo o comando da PM na época, a lista começava com invasão de domicílio, passava por associação ao tráfico de drogas e batia até em homicídio. Tudo está registrado na imprensa.
Em seu pedido formal para expulsar Rocha Lima da PM, o coronel Dário César escreveu que o oficial era “indigno” de fazer parte dos quadros da Polícia Militar. Ainda que os argumentos do comando fossem bastante pesados contra o acusado, não deu em nada. Ele não apenas escapou do processo de expulsão – sem maiores dificuldades –, como vem sendo promovido até hoje. Subiu de patente e passou a comandar sucessivos batalhões. Não tem muita paciência com detalhes legalistas.
Rocha Lima tem prestígio no mundo da política. Seu arco de amizades é amplo e variado. É um bom prestador de serviços a gente que transita entre casas legislativas e palácios. Um sinal eloquente disso é o caso de seu processo de expulsão. Na época, em janeiro de 2011, o deputado Dudu Hollanda chegou a divulgar uma nota para “manifestar irrestrito apoio” ao oficial.
Foi com esse personagem que o delegado Leonardo Assunção bateu de frente no exercício de seu trabalho. Pelo que li, Assunção cumpriu a lei, agiu como deveria agir. Está sendo alvo dessa mentalidade que sonha em praticar “justiça” por conta própria. Mentalidade doentia e criminosa.
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