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14/05/2018 04:35 - Blog do Celio Gomes
Por Redação

Hoje é mais uma segunda-feira, 14 de maio de 2018. Quando este texto começou a ser escrito, eram 2h50. Mais tarde, um pouco depois do meio-dia, o técnico da seleção brasileira anunciará a lista final dos convocados para a Copa da Rússia. Não haverá surpresas. Ao contrário de outros tempos, ninguém parece preocupado com os selecionados do professor Tite. Contestado durante algum período, não resta mais dúvida de que o alagoano Roberto Firmino é nome certo.

 

Nem sempre foi assim, esse descaso. Agora, dizem por aí, o nosso glorioso futebol já não desperta o mesmo sentimento que um dia despertou entre os brasileiros. Mas a imprensa e a publicidade se esforçam para reviver o clima de suspense e expectativa. As peças com o treinador como garoto-propaganda na TV são todas horrorosas. Em cada uma, parece haver um prenúncio de fracasso.   

 

Vasculhando as manchetes para verificar o que está em destaque, nas primeiras horas do dia, ainda na madrugada, descubro em O Globo: Neymar é “o rei do Instagram”. Além do futebol, na Folha, o governador de São Paulo “homenageia a PM que matou assaltante na frente de crianças”. Na Veja, gravações revelam vereador em conversas com milicianos. Nada realmente “bombástico”.

 

A Folha de domingo trouxe reportagem elogiosa com o deputado Rodrigo Cunha. Para não me surpreender, o destaque é a “tragédia familiar” que marca a vida do jovem político. Ele relembra o caso e explica o que o moveu a pegar a via partidária. Não há mais dúvida de que este será um dos motes de sua campanha ao Senado. Segundo a matéria, Cunha tem o apoio de Heloisa Helena.

 

A imprensa também informa que nosso Cacá Diegues lançou seu novo filme, O grande circo místico, no festival de Cannes. Não vi ainda nenhuma resenha sobre a temerária ideia de adaptar o poema do gigante Jorge de Lima. Num delírio de desinformação, a Globo diz que o cineasta é comparado a Jean-Luc Godard e François Truffaut. É como comparar Graciliano a Paulo Coelho.    

 

Entre meia-noite e 1h, vi Tom Zé no Canal Livre, da Band. Gênio incontestável, para cada pergunta, uma resposta aparentemente sem sentido – e por isso mesmo a prova de que estamos diante de um artista necessário e obrigatório. Enquanto isso, os cadernos culturais desperdiçam papel e tinta para exaltar o empoderamento de novas cantoras. Ok, é tempo de engajamento, mesmo com arte ruim.

 

Em mais uma releitura, um passeio pelos relatórios de Graciliano quando prefeito de Palmeira dos Índios. Incontornável é não pensar no município em 2018. Na prestação de contas do gestor improvável, lá estão os vereditos devastadores sobre eleitores, obras e servidores públicos. É quase automático constatar o que seria impossível, mas não é: a cidade não para de andar para trás.

 

Acho que comecei o texto com data e hora influenciado por outras releituras aleatórias, no caso os diários de Fernando Henrique e Getúlio Vargas. A história a quente. Em ambos, uma mistura de miudezas e revelações do que pensaram os chefes da República em momentos dramáticos do país. O registro direto, em primeira pessoa, nos dá um retrato muitas vezes desconcertante do poder.

 

Fecho mais um texto que não é exatamente sobre um tema, além de ser demasiado imediatista. Isso me obriga a atualizar o blog no máximo até o meio da tarde. É quando sai a lista do Tite. Vou tentar.  

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