A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas tem hoje uma mulher como presidente. É a advogada Fernanda Marinela de Sousa. Ela é atuante. Andou aparecendo em debates até fora de Alagoas. Esteve em emissoras de rádio e TV defendendo o Estado de Direito. Em entrevistas sobre o atual momento da vida pública brasileira, atacou aqueles que se sentem acima da lei. Falou com firmeza.
Como se sabe, a OAB tem uma Comissão de Direitos Humanos. Você certamente já ouviu falar muito sobre o trabalho dessa comissão. Recebe denúncias sobre excessos praticados por autoridades contra o cidadão comum e, com certa frequência, denuncia prisões abusivas. É um segmento relevante da sociedade civil, com iniciativas em defesa das garantias individuais e coletivas.
Infelizmente, a Ordem dos Advogados não veio a público – nem por meio da Comissão de Direitos Humanos, nem pela voz de sua presidente – para tratar da prisão da jornalista Maria Aparecida de Oliveira. Que pena. Eu realmente torço para que isso não seja um sinal de pouco caso com algo tão grave como o que está em jogo. De modo sumário, sem explicações, uma mulher foi encarcerada.
E eu torço mais ainda para que não estejamos diante de uma omissão covarde. Não é esse o padrão moral que a presidente da OAB tem exposto por aí. Mas a valentia, doutora Marinela, não pode ser seletiva, para usar palavra da moda. Tenho certeza que este não é o seu caso. O silêncio da OAB – indefensável – compromete e mancha a história da entidade. Ainda dá tempo.
Uma categoria sem voz
Quanto ao Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, o que se tem até o momento é uma fala acanhada do presidente da categoria, durante um evento festivo na manhã desta terça-feira. Lamento, mas é muito pouco, quase zero. Talvez fosse melhor ficar calado. O mínimo que deveria ser feito era uma nota oficial para cobrar informações das autoridades. A Federação Nacional dos Jornalistas tem uma comissão específica para cuidar dos direitos da mulher. Mas até agora nada. Que coisa feia!