Muito bem. O procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, veio a público para se explicar sobre a obscura prisão da jornalista Maria Aparecida de Oliveira. Ele deu sua versão dos fatos em entrevista coletiva. Como o leitor pode conferir em texto anterior neste blog – “Prisão de jornalista é jogo bruto” –, escrevi que o chefe do Ministério Público tinha a obrigação de se pronunciar.
Não era o que ele pretendia fazer, como informou sua assessoria no dia em que Maria Aparecida foi encarcerada. Mas, diante da repercussão da medida de força contra uma mulher de 68 anos de idade, mudou de ideia. Na entrevista, Alfredo Mendonça disse que não pediu a prisão da acusada por calúnia e difamação. Informou ainda que o MPE solicitou nesta terça-feira a liberdade da jornalista.
Além de afirmar que respeita a liberdade de expressão e de imprensa, o chefe do MPE fez outras acusações contra Maria Aparecida. Disse que, anos atrás, foi procurado por um advogado com uma queixa de extorsão contra a jornalista. Foi vago sobre isso, sem nomes ou detalhes concretos. Mesmo assim, acusou Aparecida de cometer crimes em série, sendo campeã de processos judiciais.
Está claro que o MPE – ou melhor, um grupo de integrantes da instituição – foi obrigado a recuar. Fico aqui pensando por que promotores imaginaram que um ato de força como este seria tolerado por todo mundo, sem reação da opinião pública. A história toda parece longe de acabar. Espero que Maria Aparecida seja posta em liberdade o quanto antes. E que responda pelo que é acusada. Mas que isso se dê dentro da lei, sem margem para truculência de nenhum tipo.