Defendi em texto anterior que o vestibular da Uncisal fosse anulado, após lambança patrocinada pela empresa contratada para organizar o concurso e aplicar as provas. Ainda não foi isso o que ocorreu, mas em pleno domingo, no plantão da Justiça, o juiz Antonio Emanoel Dória suspendeu as matrículas dos aprovados na segunda lista, depois que a primeira foi anulada pelo AOCP, o tal instituto paranaense responsável por toda essa bagunça. A decisão é em caráter liminar.
Parece óbvio que há uma montanha de dúvidas e suspeitas sobre esse processo de avaliação dos vestibulandos. Uma universidade não pode apresentar uma lista de aprovados num dia e, 72 horas depois, aparecer com uma nova relação, afirmando que, por “erro técnico”, estava tudo errado na primeira divulgação. Não há seriedade numa atitude como esta.
A liminar do magistrado atende a uma ação do advogado Pedro Accyoli, que representa um grupo de vinte candidatos aprovados na lista inicial, mas que não tiveram seus nomes confirmados na segunda listagem. Entendo que o advogado deve ter apresentado argumentos de peso para convencer o juiz a tomar sua decisão. Até agora temos de tudo nessa confusão, menos transparência – nem do lado da empresa e nem da parte da universidade alagoana.
Caso prevaleça o que pretendem a AOCP e a Uncisal – ou seja, ficando tudo como está –, o resultado do vestibular terá a mancha da suspeição como sua marca definitiva. Por isso, creio que o mais saudável, em todos os sentidos, seria um novo processo de seleção. E isso deveria ser feito, é claro, com outra empresa organizadora. Sei que os contemplados com a segunda lista se revoltam com esse ponto de vista, mas não dá para aceitar o mais ou menos correto. Ou é cem por cento ou não é.