Em depoimento durante o julgamento que a 8ª Vara Criminal da Capital realiza nesta quarta-feira, 11, a acusada de mandar matar a universitária Giovanna Tenório, em 2011, Mirella Graconato Ricciardi negou o crime e disse que não conhecia o caminhoneiro condenado como autor material do assassinato, Luiz Alberto Bernardino da Silva.
A ré que está sendo julgada hoje admitiu ter ameaçado e trocado agressões físicas com Giovanna em um incidente na boate Le Hotel. “Tive algumas desavenças com ela. Ela sempre ligava pra ele e era algo que incomodava”, contou, se referindo ao ex-marido, Antônio de Pádua Bandeira, o Toni Bandeira, suposto pivô do crime.
“Mais do que ninguém, eu busco a verdade. Eu quero a minha vida de volta. Eu quero a justiça, a verdade, nada além disso”, afirmou Mirella.
Além da ré, no período da manhã e começo da tarde foram ouvidas três testemunhas e uma declarante, a irmã da vítima, Larissa Tenório. Após o intervalo terão início os debates entre acusação e defesa. O magistrado John Silas da Silva, que preside a sessão, estima que o julgamento pode ser concluído ainda na noite de hoje.
Em seu depoimento, Larissa disse que a ré era a única inimizade de Giovanna: “Só Mirella bateu na minha irmã por duas vezes, só Mirella mandou mensagens ameaçadoras, só Mirella fez isso. Minha irmã era muito querida, muito amada, não tinha inimizade nenhuma”, disse, se referindo a dois episódios em que a ré teria agredido Giovanna.
As testemunhas Karolinne Albuquerque e Fernanda Silva, amigas de Giovanna, reafirmaram terem visto mensagens de celular ameaçadoras da ré para a vítima. Em uma das mensagens, segundo Karolinne, Mirella disse que daria uma “pisa” em Giovanna.
Fernanda relatou que presenciou quando Giovanna recebeu uma ligação do celular de Antônio de Pádua e ouviu uma voz feminina a chamando de “rapariga”. Giovanna teria então deduzido que a voz era de Mirella e desligado. O fato teria ocorrido poucos dias antes do desaparecimento da vítima
De acordo com o Ministério Público, o motivo do crime seria ciúmes em virtude do relacionamento que a vítima teve com o ex-marido de Mirella.
O advogado de defesa, Raimundo Palmeira, disse que não há qualquer indício de que Mirella seja culpada. “As mensagens que ela mandou para Giovana foi de um ano antes do crime, se Mirella fosse mandar matar todas as mulheres que se envolveram com o seu ex-marido, Antônio de Pádua, ela seria uma serial killer”, ressaltou.
Já o promotor Antônio Vilas Boas afirmou que as mensagens enviadas pelo celular de Mirella à vítima não deixam dúvidas sobre a culpa da ré. “Não havia interesse de qualquer outra pessoa em ceifar a vida da vítima”, afirmou.
Giovanna foi sequestrada em junho de 2011, após deixar uma unidade do Centro Universitário Cesmac, no Farol. Seu corpo foi encontrado dias depois, em um canavial entre as cidades de Rio Largo e Messias.
*Com Ascom/TJ