A 8ª Vara Criminal da Capital leva a júri popular nesta quarta-feira (09), a ré Mirella Graconato Ricciardi, acusada de ser a mandante do homicídio da universitária Giovanna Tenório Andrade, em 2011. A sessão está prevista para às 8h e acontecerá no Fórum do Barro Duro, na capital.
Em interrogatório, Mirella chegou a confirmar que havia feito ameaças à vítima via ligações e mensagens de texto, mas nega a autoria do crime.
Informações da assessoria de Comunicação do Ministério Público Estadual dão conta de que o promotor de Justiça Antônio Villas Boas, sustentará a tese de homicídio duplamente qualificado, praticado com requintes de crueldade.
Além de assassinato, a acusada Mirella Granconato também responde pelo crime de ocultação de cadáver. A motivação do crime teria sido o envolvimento da vítima com o marido da ré, Antônio de Pádua Bandeira. “Mostraremos, com detalhes, qual foi a participação da Mirella nesse homicídio. E demonstraremos como foi que ela planejou o crime, unicamente tramado por motivo de vingança, já que Giovanna Tenório tinha uma aproximação com o Antônio de Pádua. Da mesma maneira que na semana passada, quando conseguimos a condenação do caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino da Silva pela autoria material do assassinato, também vamos provar e convencer o Conselho de Sentença a condenar a mulher que arquitetou o plano para tirar a vida da Giovanna”, declarou Antônio Vilas Boas.
O promotor também ressaltou quais são as qualificadoras do crime imputado à Mirella: uso de meio que dificultou a defesa da vítima, uma vez que ela foi sequestrada numa espécie de emboscada quando voltava da faculdade, e o emprego de asfixia. “Esse crime foi praticado com crueldade. Uma pessoa que morre asfixiada sofre muito. Sabemos que Mirella não praticou o homicídio com suas próprias mãos, mas estamos falando das circunstâncias objetivas do caso. Ela foi a mandante e, portanto, tais qualificadoras se transmitem”, argumentou o membro do MPE/AL.
Primeira condenação
O caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino da Silva, executor do assassinato, já foi condenado a 29 anos de prisão por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto simples, já que o celular da vítima foi encontrado com ele.
O caso
Giovanna Tenório foi encontrada morta no dia 06 junho de 2011, em estado de decomposição avançado, num canavial, no município de Rio Largo. O corpo da estudante estava enrolado em um lençol e apresentava sinais de violência nas costas. Os peritos também encontraram um cordão de nylon no pescoço. A universitária estava com os mesmos trajes que usava quando desapareceu.
Antônio Bandeira e a mulher, Mirella Granconato tiveram seus nomes relacionados ao rapto e morte da estudante. Giovanna teve um relacionamento amoroso com o empresário que havia negado que era casado. A esposa de Antônio chegou a flagrar um encontro do casal quando estavam em uma casa noturna da capital. Testemunhas declararam que as duas teriam discutido bastante e chegaram a trocar empurrões. Dias após, Mirella teria chegado a ameaçar por telefone a ex-amante do marido.
No dia que a jovem desapareceu, ela teria avisado a família, antes de sair de casa, que não retornaria para almoçar. Este foi o último dia que amigos e parentes viram Giovanna com vida.
Antônio e a mulher alegaram, em suas defesas, inocência na participação desse caso. Os dois chegaram a confirmar um relacionamento dele com a estudante morta e as brigas de Mirella com Giovanna.
Em cumprimento ao mandado de prisão expedido pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Capital, Maurício Brêda, o caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino foi detido, acusado de participar da trama que resultou na morte da estudante Giovanna Tenório.
O caminhoneiro, apontado como autor material do assassinato de Giovanna, vinha sendo monitorado eletronicamente. Ele foi denunciado pelo MP por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, sequestro, além do furto do celular que a estudante estava no dia em que desapareceu.
O laudo do Instituto Médico Legal apontou que a estudante foi assassinada por estrangulamento. Segundo a perícia, ela foi morta por asfixia com uma corda de nylon.