Parece que as lideranças políticas de Alagoas estão alucinadas rumo a 2018. (Aviso que não sei nada dos bastidores eleitorais e políticos. Escrevo baseado exclusivamente no noticiário que sai na imprensa). Pelo que vamos vendo, prefeito, governador, ministros, senadores, ex-governadores, todos estão negociando agora, enquanto escrevo apressado para atualizar o blog.  

 

A um ano da eleição, fazer apostas e previsões sobre os cenários de disputa é apenas arriscado. Porque tudo pode mudar daqui a pouco. Até a definição das convenções, que ocorrem durante o mês de junho, nada estará fechado. A única coisa certa é a candidatura de reeleição do governador Renan Filho. Ele costura alianças para fortalecer seu lado e desfalcar o campo rival.

 

E quem são os inimigos mortais na briga por voto no cenário alagoano de hoje? Não difere nada em relação a outros carnavais. Sem debater o mérito das candidaturas, teremos o confronto de sobrenomes que se alternam, com certa frequência, entre o mesmo palanque e o palanque adversário. Embora solidamente estabelecida, a tradição provoca melindres e rasteiras.

 

Suponho que a proximidade relativa e o convívio decorrente de interesses comuns criam facilidades, mas também dificuldades nas horas nervosas de fazer escolhas. Afinal, jamais teremos a aliança com cem por cento do nosso lado. Os movimentos de agora ainda estão muito no começo, com vários lances na imprensa ocupando o lugar do gesto concreto para definições.

 

A essa altura dos acontecimentos, a verdade é que quase nada aconteceu. Por mais que sejam evidentes alguns rumos, os pré-candidatos e as lideranças parecem falar por parábolas e metáforas inofensivas. Qualquer um ainda pode ser aliado. Tudo é discurso enfaticamente voltado para não magoar ninguém. Por isso, alguma surpresa pode pintar. Mas não é o provável.  

 

Comecei falando de agitação alucinada decorrente do clima eleitoral para 2018. Um exagero. Negociadores por natureza, os mais poderosos caciques alagoanos têm muito a conversar pelos próximos meses. Enquanto isso, vão nadando de uma margem para outra, e vice-versa, conhecendo a potência e a direção da águas. Os golpes mais duros virão mais adiante. A eleição tá longe.