Foi condenado a 53 anos e três meses de prisão, em regime fechado, o réu Erinaldo da Silva Farias, 45 anos, de violentar a menina T.E.C.S, de 7 anos de idade, no bairro do Benedito Bentes. A sentença foi  decidida após um júri de 13h, nesta quinta-feira, 14, no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió.  O segundo acusado, Genilson Alves da Silva, 43 anos, foi impronunciável e o MPE/AL recorreu da sentença.

A sustentação da denúncia feita pelo promotor de Justiça Antônio Villas Boas previa a condenação dos dois réus como responsáveis pelo crime. Porém, a imputação feita em relação à participação de Genilson Alves da Silva, conhecido como “irmão”, não foi acatada pelo juiz John Silas da Silva.

Erinaldo Farias, popularmente conhecido como “neném”, foi condenado por crimes de estupro de vulnerável – já que a vítima tinha menos de 14 anos - homicídio qualificado e ocultação de cadáver apesar de negar a autoria dos crimes em plenário do Júri. Enquanto o outro acusado foi impronunciável por tais crimes.

“O Ministério Público recorreu da decisão de impronúncia em relação ao Genilson e a acusação é para que ambos sejam denunciados por homicídio quatro vezes qualificado”, declarou o promotor.

Segundo Villas Boas, no primeiro depoimento, Erinaldo negou a autoria do crime e acusou o Genilson, em um segundo momento, assumiu tudo sozinho. No entanto, diante do Júri, Erinaldo negou todos os crimes.

“Estamos convencidos da participação de ambos e queremos pena máxima para os dois, eles são autores de uma covardia irreparável, mataram uma criança indefesa estrangulando, estuprando e desferindo golpes de faca”, ressaltou o promotor..

Na época, o MPE levou em consideração a confissão e a delação de Erinaldo, que contou que ele e Genilson tentaram esquartejar a vítima ainda com vida, desferindo-lhe golpes de faca, o que teria sido a motivação do óbito da criança, e que facilitaria a ocultação do corpo. Erinaldo também havia confessado que a ideia de esquartejar a menor partiu de Genilson, que ao perceber que a criança estava morta teria decidido ajudá-lo a sumir com o corpo.

A dupla enterrou a menor numa cova rasa, na casa de Erinaldo, mas havia combinado de retirar quando as buscas pelos familiares fossem suspensas.

Segundo os relatos do promotor, a participação de Genilson no crime foi confirmada no terceiro interrogatório de Erinaldo, quando o MPE/AL requisitou nova oitiva dos acusados. Erinaldo afirmou que  mentiu no segundo depoimento  para inocentar o amigo, pelo próprio pedido de Genilson, mas garantiu que naquele falaria a verdade.

 O Crime

Em abril de 2014, T.E.C.S. brincava na porta de casa, no complexo Benedito Bentes, quando desapareceu. Os familiares acionaram a polícia na tentativa de encontrá-la com vida.

O corpo foi encontrado um dia depois, enterrado, de bruços, numa cova rasa, ao lado da casa de Erinaldo Farias, com marcas de perfurações com arma branca, estrangulamento e violência sexual.

 

Leia mais: Menina de sete anos é enterrada em cova rasa após ter sido estrangulada