A comunidade do povoado de Tabacaria, em Palmeira dos Índios, conta com 90 famílias e em 2008 foi o primeiro território reconhecido pelo governo federal, como quilombola, em Alagoas.
O nome Tabacaria remete às tradições e aos costumes dos antigos moradores do local, que plantavam tabaco para comércio e consumo do fumo.
O reconhecimento do território propicia a possibilidades de recebimento de investimentos públicos, visando a construção de infra-estrutura e condições dignas de vida para a comunidade.
Passados nove anos do reconhecimento federal, os quilombolas de Tabacaria, ainda vivem a margem da pobreza, e as outras 68 quilombos de Alagoas sofrem uma crescente desigualdade ,que ano após ano cria corpo e se faz um coletivo inferno social.
Nove anos após ser titulada, a comunidade de Tabacaria passa o avexame da chuva, que cai em Alagoas, vendo seus barracos/casebres de taipa que faz tempo vem desabando.
Onde foram parar os recursos que viriam com o reconhecimento do território?.
Os barracos de taipa(?) de quilombolas da comunidade quilombola Tabacaria desabaram, com a chuva, consolidando a voz autoritária do Estado-Colônia em relação aos sujeitos históricos ininterruptamente invisíveis , nos 200 anos de Alagoas.
A estreiteza e flagrante ausência de políticas públicas estruturais e estruturantes põem em risco a integridade territorial do quilombo em Tabacaria.
Assim afirma a matriarca de uma das famílias mais antigas do lugar é a da dona Dominícia Paulino dos Santos, 62 anos. , esposa de Gerson Paulino dos Santos, 71:
“Não temos onde fazer nossas necessidades porque no meu barraco não tem banheiro, nem tem condições de ter. Quando precisamos, vamos ali à mata. Eu não tenho cerimônia de falar para as visitas, é triste, mas é a realidade da gente. Tomo banho na sala, pegamos a água no açude e, aqui mesmo na sala com o chão de barro, eu me banho. Sorte que não tem lama, porque nosso Agreste é muito quente.”
Os barracos foram destruídos pela chuva na comunidade quilombola de Tabacaria. 21 famílias estão desabrigadas.
É a lógica do genocídio de pret@s político e socialmente consentido.
Um exitoso processo de desafricanização dos territórios da luta-resistência de pret@s.
Com informações: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2016/11/quilombolas-vivem-em-situacao-de-miseria-em-comunidades-de-alagoas.html