É noite de terça-feira,23/05, quase 18 horas na Praça do Martírios, em Maceió,AL.

 O ponto de ônibus está repleto das muitas gentes que vem do trabalho e regressam à casa. As sombrinhas armadas, por conta da chuva torrencial, dão o toque de tons e cores à noite cinza de inverno.

É noite de terça-feira  e, também é dia de jogo, no Estádio Rei Pelé, bairro do Trapiche.

Ao  longe surgem diversos  torcedores, quase todos homens, e que ficam por ali, a espera do transporte particular que o levarão ao estádio. Fico ouvindo a conversa entre eles, que versa sobre futebol e estratégias para o jogo.

E, de repente, não mais que de repente, para  uma viatura da Força Tarefa, três policiais portando armas ostensivas marcham, em direção ao povo todo no ponto do ônibus.

A ação causa um transtorno imediato, as pessoas, na sua grande maioria mulheres, começam a se afastar para sair do foco dos agentes da lei.

Lá no fundo um deles conversa com uma senhora, que aponta para o alto da escadaria da Igreja dos Martírios.

 Os dois policiais, atravessando o mundo de gente que ali está, sai a caça de alguém ou algo. O outro fica ostensivamente parado defronte o ponto.

O clima na parada de ônibus é tenso, ninguém emite opiniões. E eu ali, congelada pelo absurdo da abordagem policial. Sem métrica ou técnicas.

Quando os policiais voltam, sem encontrar algo ou alguém, investem alheiatoriamente, em alguns homens que estão no ponto:

-Como é seu nome?- Pergunta o policial, com cara de mau, a um  deles.

O cabra responde.

E o policial, sem nenhuma habilidade, faz mais uma série de perguntas e se dirige  a outro homem.

Sem encontrar o que procuravam, entram na viatura e saem em disparada, deixando em polvorosa as gentes do ponto do ônibus.

Está faltando técnicas de abordagem policial  no Programa  Força Tarefa,em seu governo, Excelência Renan Filho.