Eu sou um poeta preto, pobre e moro em uma periferia de Maceió,AL, em que os jovens são mortos e morrem todos os dias.
Meu nome é André Fabrício e eu amo escrever. A escrita me salva de mim.
Eu escrevo poesias, mas minha poesia é morta todo dia pelo olhar preconceituoso de muitas pessoas. E todo dia tenho que escrever outras palavras para dar vida no que acredito.
Eu sou um poeta preto, pobre e moro em uma periferia de grande vulnerabilidade, e no mundo do racismo isso não combina muito. Quando digo que sou poeta muitas pessoas riem de mim, me olham, arrogantemente, de lado. Tenho milhares de poemas escritos, mas nunca tive chance de publicar.
Eu sou preto, poeta e pobre. Uma combinação igual à pólvora.
A poesia me salva das dores, dos traumas de vida. São tantos...
A poesia me permite reinventar caminhos em que eu possa existir.
O racismo não quer que a gente exista, mas minha palavra insiste, persiste e eu continuo a caminhar.
E escrever.
Fonte: https://www.facebook.com/andre.fabricio.902?fref=nf&pnref=story