E daí você vem caminhando ,displicentemente, por uma dessas ruas da cidade e de repente, não mais do que de repente, se depara com uma meninazinha preta, preta, pretinha.
Talvez, a meninazinha tenha dois anos, quiçá três, o nariz escorrendo e a barriga intumescida mostram que a meninazinha é uma das muitas que passam a infância perambulando, pelas ruas do mundo todo.
Quando você se aproxima a meninazinha, preta e com o nariz escorrendo estende a mão e pede:- Ti@, me dá um real.
Incomodada ou apiedada com a aparição, você, talvez, passe a mão na cabeça da meninazinha, em uma carícia involuntária ,ou não, e exclame:- Coitadinha!
Quem sabe você se disponha a doar esse real, ou siga adiante, esquecendo da meninazinha na próxima esquina.
Mais adiante, Eureka, materializa-se em sua frente uma outra meninazinha, com idade semelhante a outra, entretanto, essa criança é diferente, apesar da sujeira que cobre sua pele alvíssima, os cabelos são loiros e os olhos azuis.
A meninazinha sujinha, branquinha e de olhos azuis, também, pede ajuda, e ao vê-la, você exclama:- Ô, meu Deus, tão linda, e, na rua!
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