Durante a audiência pública voltada para a Campanha de Prevenção de Acidentes de Trabalho, realizada nesta quarta-feira, 26, na Câmara Municipal de Maceió (CMM), o superintendente do Trabalho e Emprego em Alagoas, Israel Lessa, desabafou sobre a falta de estrutura que limita às ações do órgão.
Como se diz no popular, chutou o pau da barraca.
De acordo com texto divulgado pela assessoria de Comunicação da CMM, ele contou que, ao assumir o cargo, ficou alarmado com os números: uma média de sete mil a 10 mil acidentes de trabalho por ano em Alagoas: “É um número de guerra”.
A situação, segundo ele, é agravada pela dificuldade de fazer o combate como deveria ser feito e pelo baixo efetivo: são 33 auditores para fiscalizar os 102 municípios alagoanos.
Israel também pediu “perdão” a sociedade alagoana pela dificuldade de fazer cumprir o que é determinado para as superintendências regionais, que vivem situações similares em todo o País.
O superintendente falou ainda da precariedade das condições do prédio sede da Superintendência, no Centro de Maceió, e contou que somente graças a iniciativa privada conseguiu recursos para reformar as superintendências de Maragogi, União dos Palmares, Arapiraca e Palmeira dos Índios.
“A gente tem ficado de mãos atadas, numa situação ridícula perante a sociedade, de não ser dado aos superintendentes a mínima condição de fazer o trabalho que tem que ser feito. Não é fácil ser gestor público. A burocracia tem engessado esse País. Se continuar do jeito que está só quem sai prejudicado é o povo”, desabafou.
Alguns jornalistas que estavam no Prêmio Braskem de Saúde e Segurança no Trabalho, realizado no sábado, 22, contaram ao Blog que, em seu discurso durante a entrega dos prêmios, Lessa também criticou e classificou de “precário” o ambiente de trabalho na Superintendência.
É louvável, mas tem causado estranheza o destemor de Lessa em expor as mazelas do órgão que comanda em Alagoas.
Será ele mais uma vítima de stress profundo em decorrência do trabalho?