Os meninos também são vítimas de estupros e existe uma falta de serviços, suporte e os sistemas jurídicos, em Alagoas, que acolham vitímas do sexo masculino que sofrem esse tipo de violência sexual- afirmou a promotora de Justiça Micheline Tenório, do Núcleo de Saúde, do Ministério Público Estadual, em Alagoas.
Falar sobre estupro do sexo masculino é controverso e gera um silêncio profundamente estigmatizado.
Do silêncio surge o tabu.
São raras as discussões/pesquisas sobre estupro masculino.
Homens estuprados é um problema subestimado, ignorado pelas muitas entidades que trabalham com violência sexual e de gênero, voltadas para ajudar mulheres.
A violência sexual contra meninos precisa ser melhor observada. Meninos abusados precisam de cuidados, pois, além da violência física, sofrem, a pressão social devido a “perca” da masculinidade.
Com a Lei 12.015/2009, o artigo 213 do Código Penal foi alterado, substituindo a expressão "mulher" por "alguém". Logo, o homem também pode ser vítima de estupro.
"Segundo estatísticas produzidas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ-2013) sobre os casos de vítimas do sexo masculino revela semelhanças com os de meninas e mulheres: 57,9% dos 880 estupros de pessoas do sexo masculino, ano passado, foram praticados contra garotos de 0 a 11 anos. Se somada a faixa etária de 12 a 17 anos, o percentual salta para 78,6% dos casos. O levantamento, feito a pedido do GLOBO, é inédito e mostra que 55,2% das vítimas eram negras e pardas. Brancos representam 32,8%, e em 12% dos registros o campo relacionado à etnia não foi preenchido.”
Existe uma cultura de esconder e minimizar esses fatos. É preciso falar sobre ele e criar espaços de discussões- acrescentou a Micheline Tenório, durante a realização do Fórum de Prevenção e Combate ao Consumo de Álcool, Tabaco e outras Drogas por Crianças, Adolescentes, Gestantes e Nutrizes, ocorrido dia 28 de março,em Maceió,AL.