Concluída a primeira fase da Operação Nicotina, deflagrada nesta terça-feira (07) para combater fraudes fiscais praticadas por indústrias do tabaco contra o Tesouro Estadual de Alagoas, delegados e promotores querem agora investigar se mais empresas, servidores públicos, advogados e outros profissionais participam do esquema milionário.

Durante coletiva de imprensa no final da manhã, realizada na sede do Ministério Público Estadual, o secretário de estado da Fazenda, George Santoro, disse que as três empresas alvo da operação de hoje - Quality In, Agreste Comércio de Tabaco e WRT Lacerda – serão autuadas em R$ 535 milhões, valor estimado do prejuízo causado aos cofres públicos do estado.

A investigação teve início no ano passado após a Inteligência Fiscal do estado do Rio de Janeiro constatar que uma das empresas, a Quality In estava comercializando cigarros importados de forma ilegal. A irregularidade foi constata em pelo menos 15 estados onde há filiais. Aqui no estado além da empresa outras duas foram apontadas como as principais do esquema, que vinham realizando transações e impedindo o recolhimento de impostos estaduais, causando um grande prejuízo ao estado.

“Até agora não podemos dar muitos detalhes do esquema, mas estamos investigando como tudo funcionava. Foi lavrado um auto de infração de R$ 535 milhões contra essas empresas”, disse o secretário.

Uma advogada e o irmão dela foram presos durante a operação por porte ilegal de arma de fogo. O delegado Manoel Acácio Júnior explicou que a prisão poderá revelar detalhes de como as empresas atuavam. “Ela será ouvida para que possamos ter mais detalhes de como tudo funcionava, mas sabemos que outros advogados e contadores podem estar envolvidos”, disse.

A operação

Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital e os alvos estão localizados em Maceió e Arapiraca. A operação foi comandada pelo Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Gaesf), do Ministério Público do Estado, e contou com apoio da Polícia Civil e Militar.

Foram cumpridos cinco mandados de condução coercitiva e nove mandados de busca e apreensão. Na casa de um dos acusados, localizada em Arapiraca, os policiais apreenderam documentos e CPU’s.

*Colaboradora