Após audiência de custódia realizada neste domingo (3), a Justiça decretou a prisão preventiva do homem acusado de assassinar a ex-namorada, Adjane Araújo da Silva, enquanto a vítima trabalhava como gari na cidade de Teotônio Vilela. O crime aconteceu em via pública, na tarde do dia 31 de julho deste ano, e foi testemunhado por várias pessoas.
Com a decisão, a Justiça acata a manifestação do Ministério Público de Alagoas pela conversão da prisão em flagrante por preventiva. A manifestação foi do promotor de Justiça plantonista, João Batista Santos Filho.
O suspeito confessou o crime após ser preso na noite desse sábado (2), em uma operação integrada das polícias Militar e Civil e da Guarda Municipal de Teotônio Vilela. A prisão aconteceu depois que o homem, que estava foragido, voltou à própria residência e se preparava para fugir.
Com ele, os policiais apreenderam um revólver calibre 38, uma motocicleta e a quantia de R$ 20 mil.
Antes do crime, o acusado, um auxiliar de serviços gerais de 46 anos, vinha descumprindo medidas protetivas e ameaçando a vítima há algum tempo. No começo de junho, menos de dois meses antes de ser assassinada, Adjane conseguiu uma medida protetiva contra o ex-namorado após registrar um Boletim de Ocorrência contra ele relatando perseguição, agressões e ameaças de morte.
“Um crime cruel, de extrema frieza, pois o autor emboscou a vítima em via pública, em plena luz do dia, sem se importar com testemunhas. Um crime que ocorreu simplesmente porque a senhora Adjane, após dois meses de relacionamento, decidiu terminar. Ou seja, correu em descumprimento das medidas protetivas de urgência e em razão da vítima ser do sexo feminino, é, portanto, feminicídio e não havia, em hipótese alguma, evitar o pedido da prisão preventiva”, declarou o promotor, por meio da assessoria.
João Batista explicou as tipificações: “Temos aí no artigo 121-A, o feminicídio, que é um crime autônomo, combinado com o parágrafo 2º do próprio artigo 121, do Código Penal, incisos III, IV e VIII, podendo o autor ser punido com mais de 40 anos de prisão”.
“A vítima trabalhava como gari na cidade, onde tinha muitas amizades, foi morta brutalmente no período em que unimos forças, onde trabalhamos o Agosto Lilás, justamente com o propósito de fazer os homens entenderem que mulheres não são objetos de posse, não são obrigadas a permanecer em relacionamentos, muito menos serem vítimas de seus descontroles e covardia”, acrescentou o promotor, informando que, com a decretação da preventiva, o acusado será levado ao Sistema Prisional.
*Com Ascom MP-AL