Já no segundo turno da disputa pela prefeitura de Maceió, com as pesquisas eleitorais revelando que seria reeleito, o que também era confirmado através das pesquisas qualitativas feitas pela equipe do candidato, Rui Palmeira (PSDB) evitava tratar sobre um tema nas conversas internas: 2018.
Por mais de uma vez, em reuniões, foi duro – ao seu estilo, ao determinar que não admitia qualquer discussão sobre o pleito de 2018. Após o resultado das urnas, tornou a repetir aos mais entusiasmados. Ou seja, ser ou não ser candidato em 2018 é um tema proibido, fora da discussão.
Tal decisão tem imensa lógica política. A alegria da vitória, as ambições de alguns aliados e assessores diante das perspectivas de um belo horizonte na política não podem estar acima do grande desafio, que é tocar uma gestão que sobreviva ao natural e rotineiro desgaste de um segundo mandato.
Caso o foco seja desviado é grande o risco de muita coisa dar errada. E para entrar água no barco e levar a todos ao naufrágio basta que o foco seja a bela costa avistada, quando o que deve ser observado são os grandes recifes antes da chegada a praia.
E mais: Não há ninguém, hoje, capaz de fazer qualquer perspectiva sobre 2018. Até lá, como estarão os grandes caciques alagoanos, os senadores Biu de Lira (PP), Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTC) por conta da Operação Lava Jato e os seus desdobramentos? Os dois primeiros vão pra reeleição? Não há como prever, por ora.
A força tarefa da Lava Jato ainda não concluiu os seus trabalhos. Prisões continuam ocorrendo - caso do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral – e novas delações das grandes construtoras estão sendo negociadas. O que vai falar, se já não o fez, Eduardo Cunha, preso? E Sérgio Cabral? Como estarão o PMDB, PT, PP, PR, PTB, entre outros, até 2018?
Bom, além dos imprevistos causados pela infindável Operação, as discussões no Congresso Nacional sobre a reforma política, coligações, financiamento de campanha, funcionamento e criação de partidos, por exemplo, também impedem qualquer projeção para o próximo pleito.
Portanto, é momento de olhar bem mais para o próprio umbigo, tocar o barco e observar os raios da tempestade e suas vítimas.