Ao descartar entendimento com Arthur Lira (PP-AL), Renan Calheiros (MDB-AL) radicalizou e surpreendeu ao ser ele próprio, tão antes das eleições de 2026, quem expôs as cartas.

A avaliação é que o senador estaria desconfiado que Davi Davino Filho, que trocou o PP pelo Republicanos, não rompeu com Arthur, e pode disputar o Senado em aliança com o deputado.

E a ponta solta é Davi, que venceu Renan Filho na disputa pelo Senado em municípios como Maceió, em 2022, e pode ter o voto independente e de protesto contra o desgastado Calheiros.

Porque o que Renan precisa, fundamentalmente, para a sua reeleição é que não existam mais de duas candidaturas competitivas.

O eleitor do senador e o do parlamentar vêm da influência de lideranças. Como são duas vagas, vereadores, cabos eleitorais e os prefeitos dos dois lados votam em ambos.

Isso inclui os mais representativos gestores do MDB dos maiores municípios alagoanos, beneficiados com recursos do Orçamento liberados pelo ex-presidente da Câmara.

Portanto, Arthur Lira precisa também ajudar a impedir candidaturas competitivas como as de Davi Davino, entre outros nomes conhecidos e especulados.

Essa é a visão da turma que deseja “construir uma espécie de chapa única para atender a todos, uma forma em que não existiria divisão nem disputa”, como já publicado neste espaço (leia aqui).