A história política de JHC é meteórica. Eleito deputado estadual em 2010, na eleição seguinte, 2014, subiu alguns degraus ao ser eleito deputado federal mais votado. Este ano tentou pular um lance inteiro da escada. Mas foi derrotado sem conseguir chegar ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Maceió.

Muito embora não tenha alcançado o objetivo final, com a votação obtida conseguiu pular boa parte dos degraus ao se tornar ainda mais conhecido graças ao guia eleitoral. O fato é que hoje JHC é uma alternativa ao PMDB dos Calheiros e ao PSDB do ex-governador Teotonio Viela e Rui Palmeira, além do PP do senador  Benedito de Lira, em 2018.

Essa terceira via política na disputa majoritária – duas vagas para o Senado além da de governador, só terá possibilidade de existir caso JHC comande diretamente um partido com um bom tempo no guia eleitoral, que seja conhecido pelo eleitor e não tenha uma imagem negativa perante a opinião pública.

E essa sigla é o PSB, partido pelo qual foi candidato a prefeito e é presidente do diretório municipal. Só que agora o deputado federal precisa chefiar o diretório estadual, hoje nas mãos da ex-prefeita Kátia Born.

Na avaliação de pessoas próximas ao parlamentar, não é possível deixar as decisões futuras nas mãos de Born, amiga e aliada de Vilela, de quem foi secretária estadual, e que também mantém boas relações com os Calheiros. Apesar de não ter força junto ao eleitorado, mantendo o comando da sigla a ex-prefeita pode tomar decisões pensando apenas em si própria.

 Aliás, lá atrás, nos entendimentos com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira ofereceu a JHC o comando do diretório estadual. Mas o caso foi deixado para depois por opção do próprio parlamentar. E agora parece ter chegado o momento ideal para o deputado federal e para o PSB nacional.

É que para sobreviver aos limites e regras de existência e funcionamento dos partidos, tema em discussão no Congresso Nacional, o PSB precisa de novas lideranças, e que tenham votos.

É o caso de JHC.

Mas não é a condição de Kátia Born.

É o novo substituindo o antigo.

É o novo ocupando os espaços vazios da política.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.