O Produban, banco oficial do Estado de Alagoas, pode ser vendido e render cerca de R$ 410 milhões aos cofres do governo Renan Filho (PMDB), responsável pela ressurreição da instituição financeira, segundo reportagem especial de Mara Bergamaschi, para o Globo (http://oglobo.globo.com/economia/produban-banco-oficial-de-alagoas-deve-ser-vendido-caixa-20458855).

O banco estadual, representante de um dos maiores escândalos financeiros do país, está sem funcionar há 20 anos. Ele foi liquidado pelo Banco Central em 1997, golpeado mortalmente após um calote de US$ 76 milhões dado por, principalmente, usineiros e empresários da indústria do turismo, além de ter jogado no mercado títulos podres.

Agora, vivo e ativo de novo, o Produban está prestes a ser vendido a Caixa Econômica Federal, que apresentou proposta de compra, de acordo com a secretaria Estadual da Fazenda, embora outras instituições financeiras também estejam de olho nas negociações.

No entanto, a Caixa está na frente porque já administra a folha de pagamento dos servidores públicos estaduais, embora esse contrato termine em dezembro. E quem levar a massa falida do Produban, de cerca de R$ 350 milhões, irá ganhar a movimentação da folha de pagamento e da arrecadação do estado. Isso significa que sem o Produban, por exemplo, a Caixa ficaria sem a folha de pagamento, que líquida, entre ativos e inativos é de cerca de R$ 240 milhões mensais.

A secretaria da Fazenda também manteve conversações com o Itaú, Bradesco e Santander. Mas as negociações com esse bancos não avançaram tanto quanto com a CEF.

Atualmente o esqueleto do produban, sem agências e com sua sede abandonada no Centro de Maceió, caminha pra ser vendido graças a uma nova lei criada em novembro do ano passado, para que fosse dado o aval do BC e da Comissão de Valores Mobiliários.

A resolução foi aprovada, num único dia, 18 de novembro, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no plenário, e promulgada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Responsável pelas articulações e audiências em Brasília com autoridades monetárias para viabilizar uma solução, o governador Renan Filho manteve audiência confirmada e agendada, em 26 de outubro, com o presidente do BC, Ilan Goldfajn.

O fato é que, dando tudo certo, a expectativa do governo de Alagoas é se livrar de um banco morto e fortalecer os cofres estaduais em valores que podem variar de R$ 200 a R$ 400 milhões. Uma baita ajuda para os combalidos cofres públicos, que o governador Renan prometeu que usaria para investir em saúde, educação, segurança e rodovias.