Estudar sem Temer!

03/11/2016 15:41 - Blog do Gustavo Pessoa
Por redação

 * Por Gabriel Santos - Estudante de História da Universidade Federal de Alagoas

 

Terça-feira, dia 25 de Outubro, UFAL Maceió. Já tinha anoitecido, as falas estavam ficando cada vez mais inflamadas e o público permanecia no local. Eram pouco mais de 150 estudantes que lotavam a Praça da Paz, discutindo sobre os ataques que o governo Temer vem realizando. Apesar das divergências entre as organizações de esquerda, a assembleia estudantil da UFAL ocorria sem grandes problemas. Porque todos ali queriam uma única coisa: Ocupação.

Quinta feira, dia 27 de Outubro, chegamos ao segundo dia de ocupação. A Reitoria da UFAL está nitidamente diferente. Entre os técnicos que estão nos últimos dias de trabalho antes de entrarem em greve, circulam dezenas de estudantes. No meio das árvores, uma rede é colocada. Nas paredes, cartazes contra a retirada de direitos. Na entrada, uma enorme faixa anuncia: Ocupa Tudo!

A UFAL está quase vazia, estamos na última semana de aula. Entre leituras dos últimos textos, as últimas provas, temos os problemas pessoais; e agora temos que correr também para a Ocupação. Não vai ser fácil, mas ninguém disse que seria. As coisas ficam piores quando bate a vontade de fumar. Como se fosse pouco, agora, é preciso resistir também à tentação de ascender um cigarro e dá um trago. Costumo brincar que não sei qual é o mais difícil de combater, a vontade de voltar a fumar, ou aos ataques de Temer e seu governo.

Hoje chegamos a dois dias de ocupação. Dois dias de intensos debates, reuniões, brigas por coisas sérias e por besteiras. Os ânimos estão à flor da pele. Como não podia deixar de ser, existiu muita discordância. Discutimos qual a melhor hora para fazer assembleia, se deveríamos tomar medidas mais radicais, se daríamos entrevista ou não, etc.

Além de lidarmos com o cansaço e com o sol infernal que está fazendo, vamos ter que aprender a lidar com nossas divergências. Não podemos ser nossos próprios inimigos. Temos a necessidade de fortalecer a luta contra a PEC 241 e o governo golpista de Temer.

Os estudantes de todo o País tem entrado em resistência contra a PEC 241. Hoje, são mais de 1.110 ocupações de escolas e IF´s e mais de 90 Universidades ocupadas. Os números não param de crescer. As ocupações que começaram no Paraná se nacionalizaram, incendiando a luta contra a Reforma do Ensino Médio, o projeto Escola Sem Partido, a PEC do Fim do Mundo e o contra Temer.

Essa resistência vem se dado sobe a forma de ocupação dos locais de estudo. A tática da ocupação é uma das mais radicais do movimento, pois passamos a nos auto-

 

organizar. Desafiamos a lógica dominante na qual somos sujeitos passivos. Organizamos a limpeza, a alimentação, a segurança, os assuntos que queremos discutir e nos informar sobre.

Nesse momento que as lutas contra Temer e a PEC 241 se nacionalizaram, é fundamental a criação de um Comando Nacional das Ocupações. Este Comando deve ser o mais democrático e representativo possível, que reúna os lutadores do país inteiro, articule ações unificadas e dê fôlego à resistência dos estudantes.​

É preciso também que outras categorias entrem na luta e façam Greves e paralizações, para assim conseguimos construir uma Greve Geral e derrotar a PEC do Fim do Mundo e o governo do PMDB.

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