O senador e atual ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), está com os dias contados no cargo e excluído da disputa dentro do partido como candidato à presidência da República em 2018.
No acordo de delação premiada fechada pela Odebrecht, esta semana, ele foi entregue - como merecem todas as aves raras - numa bandeja enfeitada com detalhes em ouro.
A construtora revelou quanto e como deu ao candidato na disputa presidencial de 2010. Foram R$ 23 milhões – hoje em torno de R$ 34 milhões – depositados numa conta na Suíça.
Todo o esquema teria sido articulado, montado e negociado por um ex-tesoureiro da campanha e por um banqueiro ligado aos tucanos, Ronaldo Cezar Coelho. E tudo isso está documentado com recibos de depósitos.
O senador também está sendo investigado no esquema de financiamento de campanha através de recursos de empreiteiras que construíram o Rodoanel e linhas de Metrô em São Paulo, obras iniciadas no seu governo e concluídas no de Geraldo Alckmin.
Há quem aposte que o Careca e o Santo, nomes encontrados pelos investigadores da Lava Jato na contabilidade da Odebrecht e que receberam propinas, sejam Serra e Alckmin, respectivamente.
O difícil é descobrir, hoje, quem da atual geração de caciques políticos vai conseguir sobreviver e chegar sem estar contaminado em 2018 com condições para disputar.
Esse quadro de contaminação dos velhos políticos abre espaço antecipado para uma nova geração que tem conseguido vitórias em eleições em prefeituras de capitais e governos estaduais.
No entanto, também deixa brecha para aventureiros e indivíduos que negam a política como o melhor caminho para a solução de conflitos e problemas sociais e econômicos.