Passada a apuração dos votos dos eleitores que, por pouco, deixou de decidir a eleição em Maceió no primeiro turno, o embate entre Rui Palmeira (PSDB) e Cícero Almeida (PMDB) dificilmente deixará de ser diferente agora no segundo turno.
Rui é favorito. No entanto, a história política mostra que eleição só é ganha após a contagem dos votos. E nos tempos atuais muitas vezes ainda ficam as pendências judiciais. Portanto, é preciso muita cautela.
O problema é que Cícero vai se apresentar com os mesmos problemas – réu nos processos Taturana e ‘Máfia do Lixo’. Soma-se isso aos ataques sofridos pelo aliado senador Renan Calheiros (PMDB), no final de semana, por revistas no âmbito da Operação Lava Jato. Esse tema acaba respingando sobre a candidatura do peemedebista.
Ao contrário de quando foi candidato a prefeito e teve o apoio do ‘mecenas’ João Lyra que lhe deu toda a estrutura da melhor qualidade possível e imaginável naquela época, o atual, Renan Calheiros, não faz, nunca fez, nem se quisesse teria como fazer o mesmo nesse momento. Renan precisa cuidar da sua sobrevivência imediata.
Bom, o fato é que Rui e Almeida já falam em buscar apoios. O segundo deseja o apoio do PSOL, do PT e de JHC. O PSOL tem como regra não fazer política de alianças, especialmente com a direita.
Quanto aos petistas acho difícil que aceitem por terem sido ‘traídos’ pelo PMDB na questão do afastamento de Dilma. Além disso, a votação obtida pelo PT foi minúscula, e o desgaste da sigla só aumentaria a rejeição de Cícero Almeida.
Já JHC (PSB), que tentou construir uma terceira via, o novo na política, perde o discurso construído caso opte por uma aliança. Destrói a alternativa para 2018 contra os Calheiros e contra o grupo de Rui Palmeira na disputa majoritária e até para sua reeleição.
Em qualquer acordo político provavelmente corre o risco de ser interpretado pelo eleitor como se tivesse ganho algo, feito uma troca. A neutralidade é o melhor caminho, desde que queira ir além e exercite paciência política.
Rui Palmeira não precisa fazer acordos. Aqueles feitos antes da eleição com partidos e lideranças são suficientes. A estratégia deu resultados. O embate agora será direto com Cícero Almeida. Os temas serão os mesmos.
Sua Excelência, o todo poderoso eleitor, é quem vai decidir entre Rui e Almeida.
EM TEMPO - Já começa nesta quarta-feira (5) a propaganda no rádio e na televisão. Mas agora com os dois candidatos tendo 20 minutos, cada, divididos em dois blocos diários de 10 minutos, além de 70 minutos diários de inserções na programação dos veículos de comunicação, também divididos igualitariamente. É tempo mais do que suficiente para apresentar propostas, atacar o adversário e se defender.