Enquanto negocia com três editoras a melhor oferta para o livro que pretende lançar sobre os bastidores da política e o processo de impeachment, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PDB-RJ) avalia com os seus advogados se fará ou não acordo de delação.
Como manda a boa estratégia, ele nega que fará, mas não tem saída. Cunha se tornou símbolo da corrupção política, os seus processos sairão do STF para juízes de primeira instância, inclusive Sérgio Moro, no Paraná, e dificilmente, por todos os significados, não deixará de ser preso. Ou seja, os fatos contra o ex-parlamentar são imperiosos e impiedosos.
Segundo os investigadores da Lava Jato, primeiro terá que ser preso em regime fechado por um ano para virar delator. O fato é que Eduardo Cunha foi cassado, porém, permanece sendo um fantasma assustador ainda não destruído.
Frio e calculista, o problema desse fantasma reside na sua família, mulher e filha, também envolvidas e denunciadas nos esquemas de corrupção por terem sido beneficiadas diretamente. Portanto, é provável que faça tudo para protegê-las entregando todo o esquema: como grandes empresas nacionais negociaram benefícios na Câmara, no governo e nos partidos.
E ele, um dos principais personagens do submundo da política brasileira que só emergiu após ser eleito presidente da Câmara, era um homem dos bastidores que resolvia grandes questões de interesse dos empresários.
Por tudo o que viu, viveu e sabe, Eduardo Cunha é hoje um personagem de interesse público, de interesse da nação pelo que pode dizer. E se o que sabe conseguir provar, essa é a carta na manga que ele tem para negociar uma delação e proteger os seus entes queridos e amados.
O que significa que os casos de corrupção que envolve partidos, deputados, senadores, ministros do TCU, do STJ e servidores públicos, vão permanecer assustando o mundo dos vivos da política brasileira.
Eduardo Cunha é o mais vivo dos fantasmas presente nas mentes do PIB da política nacional. Ele causa pesadelos e calafrios. Por outro lado, é motivo de esperança, alegria e expectativa para os investigadores pelo que pode revelar.
Viva Eduardo Cunha!?