Quando o empresário João Lyra desistiu da candidatura a prefeito de Maceió, em 2004, para apoiar Cícero Almeida, disponibilizou, além de toda estrutura material de primeiro mundo, assessores de muita qualidade e com bastante controle sobre as estratégias de campanha.

Era um núcleo duro que limitava as vontades emocionais do candidato e que se mostrou essencial para a vitória nas urnas. Acabou eleito e quatro anos depois reeleito.

Mas agora, o deputado federal, livre e solto, comete erros quase infantis em suas declarações sobre os diversos processos em que é réu, casos da Máfia do Lixo e Taturana.

Mas não são apenas esses os erros:

1 - Licenciado do cargo de deputado federal para se dedicar a campanha, errou ao não retornar para votar na sessão que cassou Eduardo Cunha. Como votou anteriormente contra Dilma, a quem tanto elogiou no passado, fica em desgraça perante os simpatizantes dos partidos de esquerda. Se tiver segundo turno, já se sabe, perdeu esses votos.

2 – Na propaganda eleitoral comete um grave engano ao atrelar sua gestão, caso eleito, ao governo estadual. As pessoas sabem que o governador tem mais 101 municípios para dar atenção. Portanto, o governo alagoano não é uma agência de fomento da Prefeitura de Maceió. Além disso, quase não tem mostrado planos próprios ou que possa resgatar ações da época em que foi prefeito.

3 – Como o eleitor da capital tem um nível crítico maior de avaliação das candidaturas – especialmente quando a escolha é para prefeito ou governador -, não cola o discurso de parceria com o governador Renan filho (PMDB). Fulano é como um irmão, cicrano é como um pai e beltrano tá no meu coração não funcionam mais. É extensa a lista de casos de fraternas amizades políticas de Almeida rompidas. Deus e os eleitores sabem.

Ou seja, ao não mudar o discurso acaba sendo repetitivo exatamente em questões de conhecimento público exploradas na propaganda eleitoral e, principalmente, nas redes sociais, o que enfraquece uma candidatura.

Talvez seja a explicação para o alto índice de rejeição – apenas abaixo de Paulão (PT) - que apresenta nas pesquisas eleitorais divulgadas recentemente.