Na política, a história mostra, nada é dado de graça. E quando é emprestado, pior ainda. O custo é altíssimo. E os exemplos estão aí. Os mais recentes ocorreram na semana passada em Brasília e em Alagoas tendo como personagens os Renans – pai e filho.
Na capital federal o pai cobrou, da tribuna do Senado, uma conta que a senadora Gleisi Hoffmann (PT) e o marido dela, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, estariam lhe devendo por um lobby que ele teria feito no STF para desfazer inquérito que a PF estaria engendrando contra o “mal-agradecido” casal catarinense.
Com esse movimento o senador deixou claro que com ele não tem negócio de almoço grátis e que em Brasília ele desfaz qualquer trabalho, até indiciamento da Polícia Federal.
Em Alagoas, Renan Filho, demonstrou que segue à risca a cartilha do pai. E cobrou a fatura pela insubordinação do presidente da Câmara de Maceió, Kelmann Vieira, à família Calheiros. Mesmo filiada ao PMDB, a mulher do vereador, a ex-deputada Flávia Cavalcante, foi exonerada da superintendência do Procon-AL porque o marido não apenas trocou o PMDB dos Calheiros pelo ninho tucano, como tem feito oposição ferrenha ao candidato peemedebista à Prefeitura de Maceió, Cícero Almeida.
Na manhã de sábado (27), a Agência Alagoas publicou nota confirmando a exoneração de Flávia e a pronta nomeação do substituto para dirigir o órgão de defesa do consumidor.
Mas voltando às estratégias dos Calheiros e sua relação com a eleição em Maceió, há um pontinho sem explicação. Se a ex-deputada foi punida, apesar de ser do PMDB e da lealdade de décadas da família Cavalcante aos Calheiros, o que ainda fazem os petistas, com candidatura própria à Prefeitura, no Governo de Alagoas?
Talvez o papel a ser desempenhado pelo deputado Paulão, candidato do PT à Prefeitura de Maceió, venha a nos dar essa resposta.