Para muita gente do meio político - mas que não está dentro dos comitês - a primeira pesquisa oficial foi, digamos, de alguma forma surpreendente.
Muitos imaginavam que o deputado federal Cícero Almeida (PMDB) sairia em vantagem. Afinal de contas, é um ex-prefeito de Maceió bem avaliado, sempre está na mídia e conta com o apoio poderoso da máquina governamental.
Do outro lado, o discreto prefeito Rui Palmeira, de fala mansa e pouco afeito a pirotecnias e a chamativas estratégias de marketing. Pois bem, deu empate técnico entre os dois, 31%, e 39% quando considerados apenas os votos válidos.
No entanto, os detalhes é que são importantes na compreensão desse retrato inicial da disputa. Primeiro, Almeida tem a segunda maior rejeição, 34%, 8% a mais do que Rui, em terceiro.
Segundo, a mesma pesquisa mostra que 52% dos entrevistados aprovam o governo Rui, o que tende durante a campanha a elevar os números do prefeito.
Terceiro, o principal aliado de Cícero Almeida, o bem avaliado governador Renan Filho (PMDB), tem 38% e 24% nos quesitos regular e bom, respectivamente. Mas não transfere votos, ninguém transfere.
Almeida também vai enfrentar algumas situações delicadas, como é o caso batizado de Máfia do Lixo no processo que responde no STF sobre o suposto desvio de recursos durante a sua gestão. Para piorar, terá que prestar depoimento sobre o caso em plena campanha eleitoral.
Além do mais, o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB), que tem uma imagem negativa perante o formador de opinião, nacionaliza o pleito local e potencializam os problemas do ex-prefeito, o que vem ocorrendo com reportagens já publicadas em veículos de circulação nacional sobre essa aliança e os processos.
Somem-se a isso as constantes mudanças de opinião e de posicionamento em sua trajetória política. São os casos de troca de partidos, de opiniões e de aliados. Talvez todo esse histórico justifique ser o segundo no quesito rejeição.
Agora, o que absolutamente não surpreendeu foram os números do candidato Paulão, do PT. Embora seja um parlamentar atuante, ele detém a maior rejeição, impressionantes 41% e apenas 3% de intenções de votos, subindo para 4% quando considerados apenas os votos válidos.
A candidatura de Paulão sofre o desgaste das denúncias contra o PT, da rejeição a Dilma e da falta de renovação dos seus quadros e das alianças locais que sempre impediram o crescimento da sigla. Ou seja, Paulão transmite alguma confiança apenas para os petistas de carteirinha.
Quanto ao candidato debutante na eleição majoritária em Maceió, JHC, os números surpreendem negativamente. Se por um lado surge na terceira colocação com 11% das intenções de voto, por outro aparece com uma rejeição de 21%. O que é bastante elevado se levarmos em consideração o fato de ter participado apenas deduas eleições para deputado. Apesar disso, o filho do ex-deputado federal João Caldas é a balança que pode levar a disputa para o 2º turno
Mas, como em toda eleição o imponderável e o imprevisível sempre estão rondando os principais atores dessa rápida novela.
No entanto, nesta, ao contrário das anteriores, mais do que nunca o eleitor vai analisar o passado dos candidatos. Especialmente quanto as suspeitas de envolvimento em corrupção.