Um grupo de amigos da velha guarda, desses que gostam de política, decidiu passar um final de semana visitando alguns municípios para sentir o clima eleitoral e, claro, comendo bem e tomando umas e outras.
Conhecedores do bom prato, da boa bebida e dos locais onde a conversa gira sobre política, traçaram o roteiro e viajaram para Marechal Deodoro, Atalaia, Capela e Cajueiro. O que descobriram? O clima tá frio, gelado, sem emoção, com o eleitor distanciado da eleição.
Entretanto, esperando e exigindo que os candidatos gastem com o povo, ou seja, que façam circular o tal do “faz-me-rir”. Uma pena que o vício, a troca do favor pelo voto permaneça ainda tão em voga.
Em Capela, num famoso e tradicionalíssimo caldinho, um cidadão reclamava que, em outras eleições, nessa mesma época, sempre aparecia um candidato para pagar as contas. Em Marechal Deodoro, todos os presentes duvidavam que não vá existir compra de votos nesses quatro municípios.
Já em Atalaia, os opositores e eleitores do atual prefeito, Zé do Pedrinho, que vai disputar à reeleição, garantem que ele vai comprar votos. Esses mesmos também afirmam que o adversário Chico Vigário, caso eleito, vai empregar apenas os amigos próximos e os parentes.
Bom, o fato é que o pleito deste ao, ao contrário das eleições anteriores, passou do que era proibido para o que apenas pode ser feito desta maneira. Ou seja, as regras eleitorais são claras e duras caso sejam descumpridas.
Mas algo ficou muito visível nos quatro municípios: O eleitor quer dinheiro para votar, embora tenha medo de ser preso por esse crime. Já o candidato que tem dinheiro, tem medo de ser preso ou cassado. E aquele que não tem dinheiro, não sabe como arranjar e se conseguir não sabe como vai gastá-lo.
Portanto, pelo menos nesse momento inicial o objetivo da Justiça Eleitoral está sendo conquistado. O eleitor quer dinheiro, mas tem medo, e o político também está assustado, ou sem recursos.
Só que os últimos quinze dias da eleição serão decisivos. Há quem aposte, em Atalaia, que a circulação de carros nas madrugadas para acertos políticos-financeiros será maior do que na Fernandes Lima, durante o dia.
Fica a dica para o Ministério Público Eleitoral, TRE e PF.