Os sindicatos já reclamam e vão protestar, mas o que está ruim não ficará pior e algo precisa ser feito, urgentemente. A ideia do governo de Alagoas de entregar a uma Organização Social (OS) a administração de hospitais - caso do hospital Geral, por exemplo – é uma decisão correta.

Em vários estados isso já ocorre e os resultados são satisfatórios. Consultas e atendimentos ficaram organizados, não há falta de medicamentos e há controle sobre a presença e a atuação dos trabalhadores, ao contrário do que ocorria antes e de como funciona em Alagoas.

E o que precisa ficar claro é que a presença de OS não significa privatização da saúde. É, isso sim, inovação ao colocar uma empresa privada para gerir. Para o poder público o resultado é melhora no funcionamento é diminuição de custos.

Claro que os organismos sindicais vão se revoltar. No entanto, é injusto que o estado pague R$ 25 mil por mês a alguns médicos para que estes fiquem de sobreaviso uma vez por semana, de preferência no domingo, como me foi revelado o caso de um profissional especialista em cirurgia plástica.

Ou seja, fica em casa aos domingos, almoça com a família e se acontecer de ser convocado vai, se não acontecer permanece tranquilo no seio familiar. E tem mais: Se for convocado tem até duas horas para comparecer ao Hospital Geral, o que significa que dá até pra ficar de boa numa cidade litorânea e chegar a tempo de realizar o atendimento, não é mesmo?

Certamente uma gestão com método de administração de empresa privada nunca tal valor seria pago. Com 25 paus dá pra contratar uns três ou quatro médicos. Imagine se cortar esse valor de uns seis profissionais.

Além do mais, talvez fosse melhor para a administração de saúde efetuar um contrato com um hospital particular especializado em cirurgia plástica do que manter de sobreaviso um profissional tão caro e que quase sempre não é convocado.

Nem um dos maiores cirurgiões do mundo, Ivo Pitanguy, enquanto esteve vivo e atuando, deve ter usufruído de tamanho privilégio.

O que o governo de Alagoas tem que fazer é levar adiante essa ideia. É uma alternativa para quebrar benesses de profissionais e sindicatos visando melhorar o atendimento ao povo.

Vai enfrentar sindicatos organizados, profissionais renomados, mas são os mesmos que se posicionaram, majoritariamente, contrários ao programa Mais Médicos, que tantos benefícios trouxe para a população desassistida nos municípios brasileiros mais distantes.

Algo precisa ser feito.

E o novo plano é uma tentativa de mudar o atual quadro da saúde alagoana.

Leia também reportagem de Gilca Cinara sobre o tema no endereço:

http://www.cadaminuto.com.br/noticia/291165/2016/08/14/hospitais-publicos-estaduais-serao-administrados-por-organizacao-social